A ata da reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) da semana passada, divulgada hoje, reafirmou a expectativa de novos cortes nos juros básicos da economia. O Copom reduziu o juro básico da economia, a taxa Selic, de 6% ao ano para 5,5%, e o mercado reviu então suas estimativas para o juro, com projeções de queda até 4,25% no início do ano que vem.
Repetindo alguns trechos do comunicado que acompanhou a decisão com mais alguns detalhes, a ata diz que, para os integrantes do Comitê, “avalia que a consolidação do cenário benigno para a inflação prospectiva deverá permitir ajuste adicional no grau de estímulo”, o que significa juros mais baixos. Mas o Copom faz a ressalva de que não há compromisso com as novas quedas, afirmando que “reitera que a comunicação dessa avaliação não restringe sua próxima decisão e enfatiza que os próximos passos da política monetária continuarão dependendo da evolução da atividade econômica, do balanço de riscos e das projeções e expectativas de inflação”.
Segundo a ata, o Copom debateu se deveria “oferecer alguma perspectiva sobre possíveis cenários para a política monetária” e decidiu comunicar “sua avaliação de que a consolidação do cenário benigno para a inflação prospectiva deverá permitir ajuste adicional no grau de estímulo monetário”. Mas com a observação de que há condições para que isso ocorra, de acordo com a evolução dos cenários internos e externos e, em especial, a aprovação das reformas estruturais.
O Copom avalia que a inflação está sob controle e permite novos cortes de juros para reanimar a economia, que segue fraca, ao afirmar que “a conjuntura econômica com expectativas de inflação ancoradas, medidas de inflação subjacente em níveis confortáveis, cenários com projeções para a inflação abaixo ou ligeiramente abaixo da meta para 2020 e elevado grau de ociosidade na economia prescreve política monetária estimulativa, ou seja, com taxas de juros abaixo da taxa estrutural”. Taxa estrutural seria aquele nível de juros que permitiria à economia crescer sem pressionar demais a inflação.
Os integrantes do Copom alertam que “os riscos associados a uma desaceleração da economia global permanecem e que incertezas sobre políticas econômicas e de natureza geopolítica – notadamente as disputas comerciais e tensões geopolíticas – podem contribuir para um crescimento global ainda menor”.
E acrescentam que “as incertezas no cenário externo implicam riscos para ativos cuja precificação dependa sobremaneira de um cenário com taxas de juros globais baixas e manutenção do ritmo de crescimento econômico recente”. Mas o Copom destaca “a capacidade que a economia brasileira apresenta de absorver revés no cenário internacional, devido ao seu balanço de pagamentos robusto, à ancoragem das expectativas de inflação e à perspectiva de continuidade das reformas estruturais e de recuperação econômica”.
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