Na ata do Federal Reserve (banco central dos Estados Unidos) nesta quarta-feira (16), o FOMC comunicou que os membros não acreditam mais que a economia entrará em uma leve recessão no final do ano.
O Fed apontou que a previsão é que a inflação diminuirá ainda mais ao longo de 2024, à medida que os desequilíbrios de demanda e oferta diminuam.
Em 2025, é esperado que a inflação total dos preços do PCE seja de 2,2% e o núcleo da inflação de 2,3%. Os participantes observaram recente redução nas taxas de inflação total e do núcleo.
No entanto, eles enfatizaram que o indicador permaneceu 'inaceitavelmente' alto e que mais evidências seriam necessárias para que eles estivessem confiantes de que a inflação estava claramente no caminho em direção ao objetivo de 2% do Comitê.
"Com a inflação ainda bem acima da meta de longo prazo do Comitê e o mercado de trabalho permanecendo apertado, a maioria dos participantes continuou vendo riscos significativos de alta para a inflação, o que pode exigir mais aperto da política monetária", completam os membros.
Análise
O economista-chefe da Ativa Investimentos, Étore Sanchez, a ata do Fomc surpreendeu para o lado hawkish.
"Foi apontando que a maioria dos membros continua a ver riscos altistas para inflação. De todo modo, não há grande distinção das falas de diretores subsequentes à reunião, o que amenizou um pouco a percepção de que o Fed pode voltar a subir o juro", destaca.
Para Débora Nogueira, economista-chefe da Tenax Capital, o comunicado condiz com a pausa na próxima reunião para análise dos dados correntes. "Ainda não é um ambiente no qual se sintam confortáveis para afirmar que o ciclo já terminou", aponta Nogueira.
Além disso, a economista espera que até novembro exista mais clareza sobre moderação da atividade. "Na confirmação de nossa expectativa de uma janela benigna de dados de inflação, o Fed não subirá os juros também em novembro, mantendo-os no nível atual de 5,5%", completa.