Bachellet condena violência em manifestação na Venezuela

A Alta Comissária da Organização das Nações Unidas para os Direitos Humanos, Michelle Bachelet, condenou hoje (25) a violência que tem permeado os protestos organizados na Venezuela, país que tem vivenciado, nos últimos dias, o acirramento de uma crise política.

O quadro na Venezuela se agravou após a posse de Nicolás Maduro para o segundo mandato presidencial, em 10 de janeiro. Na última quarta-feira (23), o líder da oposição na Venezuela, Juan Guaidó, se autoproclamou presidente interino, condição reconhecida como legítima pelo governo brasileiro.

Solicitando investigações efetivas dos casos, a ex-presidente chilena fez um apelo para que o governo Maduro e a oposição busquem, com urgência, apaziguar a atmosfera na região.

Em nota, a ONU diz que a dirigente está “extremamente preocupada” com a possibilidade de a situação no país “fugir do controle”, tendo um desfecho de “consequências catastróficas”.

Bachelet pede, na nota, que as autoridades venezuelanas, especialmente as forças de segurança, exerçam moderação e respeitem o direito fundamental de todos à reunião pacífica e à liberdade de expressão.

Fontes locais ouvidas pela organização intergovernamental relatam que pelo menos 20 pessoas morreram após ser atingidas por disparos de forças de segurança ou de membros de grupos armados pró-governo, durante manifestações ocorridas na terça-feira (22) e na quarta-feira (23). Muitas outras teriam sido feridas por balas, cartuchos de escopeta e balas de borracha.

De acordo com a ONU, funcionários do escritório de Michelle Bachelet têm recebido denúncias de detenções “em larga escala” de manifestantes. No total, informam, ocorreram 320 somente na quarta-feira (23).

Diante do alto índice de crimes violentos, Michelle Bachelet defende uma apuração por meio de investigações independentes e imparciais, que possibilitem a identificação dos autores.

Na mensagem, a ONU comunicou ainda que a equipe de Bachelet também tem levantado informações sobre “batidas” em propriedades de algumas das áreas mais pobres de Caracas, onde pelo menos 180 protestos ocorreram ao longo da semana.

Banco Mundial

Em sua conta no Twitter, o Banco Mundial também se pronunciou acerca do assunto, no início da tarde de hoje (25). A instituição financeira destaca que está “profundamente preocupada com a crescente crise humanitária, econômica e social que afeta o povo venezuelano”.

“O objetivo do Grupo Banco Mundial é erradicar a pobreza e assegurar que todas as pessoas tenham as oportunidades que merecem, assim como proteger os mais vulneráveis. Estamos acompanhando a situação e esperamos que se resolva para o bem-estar da população da Venezuela. Seguindo a prática estabelecida, a comunidade internacional norteia o reconhecimento oficial dos governos e nos guiaremos por tal decisão. Atualmente, o Banco Mundial não possui nenhum escritório ou operações em curso na Venezuela”.

Sair da versão mobile