Balanços

Balanços do trimestre do "fundo do poço" começam nesta terça-feira (21)

Balanços do trimestre do "fundo do poço" começam nesta terça-feira (21)

A temporada de balanços, que começa na próxima terça-feira (21), promete ser assustadora. Afinal, os demonstrativos financeiros são do período duramente afetado pela pandemia do novo coronavírus: se em março as operações começaram a sair do trilho, abril e maio são os meses de maior turbulência. 

"Não teremos nada positivo em setores cíclicos e domésticos", afirma Ilan Arbetman, analista da Ativa Investimentos. "Varejo ampliado, construção civil, automóveis e vestuário, principalmente". 

No entanto, o fundo do poço que deve ser mostrado nos resultados já devem preparar terreno para uma retomada a partir do 3º trimestre. "Os dados serão fracos, mas vai se destacar quem apontar para frente com maior sustentabilidade de ganhos", diz Arbetman. 

Quem queima a largada

Nesse contexto, o varejo de essenciais pode se destacar. O primeiro pois não mostrou perda significativa no fluxo de caixa. "E a pandemia abreviou mudanças tecnológicas com o comércio eletrônico", lembra o analista. "Resta saber se o aumento de compras na pandemia vai se mostrar perene". 

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O mesmo deve ocorrer com o setor de proteína, que, apesar da piora do cenário marco global, mantiveram fluxo. "As pessoas não deixaram de consumir, apesar de troca por carnes com ticket médio menor", explica Arbetman. Outro setor que pode despontar é o de celulose, principalmente as companhias voltadas ao mercado internacional e que podem se aproveitar da alta do câmbio. 

A Petrobras, empresa queridinha dos investidores e vista como premium pelo mercado, também pode apresentar um 2º trimestre mais robusto, considerando a volta das atividades na China. "No 4T2019, do petróleo cru que foi exportado foi para o país asiático", lembra Ilan. "No 1º trimestre, o valor caiu para pouco mais de 40%, o que pode ser aumentado agora no 2º trimestre". 

Do outro lado, o analista afirma que as construtoras podem sofrer especialmente, pois já vinham de um ciclo negativo desde 2014 e o momento de inflexão no final de 2019 durou pouco. "Pode ser que os níveis de preço se mantenham quando falamos de alta e média renda, mas a demanda pode cair", diz Ilan.

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