Por Ana Beatriz Bartolo, da Investing.com – O BTG Pactual (SA:BPAC11) considera que os bancos tradicionais podem funcionar como ativos defensivos ao longo de 2022.
O argumento é que os “bancões” sabem como operar em cenários de adversidade, como o esperado para o Brasil por causa do cenário macroeconômico e as eleições no segundo semestre.
Além disso, eles possuem resultados atrativos e as ações também podem se beneficiar se os bancos norte-americanos apresentarem desempenho outperform, caso as taxas do Fed comecem a subir mais cedo do que o esperado.
Em relatório divulgado nesta sexta-feira (7), o BTG afirma gostar dos ativos do Itaú (SA:ITUB4), do B3 (SA:B3SA3) e do Porto Seguro (SA:PSSA3) para 2022, mas o Banco do Brasil (SA:BBAS3) e o Bradesco (SA:BBDC4) também são alternativas “baratas” ao Itaú.
Entre as small caps, o BTG destaca que o Banco ABC (SA:ABCB4) está negociando em níveis muito atraentes e o ROE está melhorando.
A XP (SA:XPBR31) é uma opção interessante, na visão do BTG, mas a expectativa de que a Itaúsa (SA:ITSA4) venda a sua participação e o Itaú exerça a sua opção de compra provavelmente continuará pressionando as ações por enquanto.
O BB Seguridade (SA:BBSE3) também parece atraente, especialmente considerando que os lucros das seguradoras tendem a crescer ao longo do ano, mas o risco de interferência do Governo não compensa para os analistas do BTG.
De um ponto de vista externo, o BTG observa que não há interesse do mercado internacional em comprar as ações dos bancos no Brasil, pelo menos, sem que haja uma mudança radical no cenário macro.
Isso porque a desvalorização do câmbio minimiza os lucros em dólar e a recente turbulência na Turquia levou alguns investidores a apontar que as coisas sempre podem piorar em mercados similares, como o brasileiro.
Previsões para 2022
Considerando Itaú, Bradesco e Santander (SA:SANB11), os principais bancos privados do país, o BTG prevê que os ganhos cresçam entre 5% a 10% em 2022.
O resultado não é “ótimo”, mas resiliente e com alto grau de confiança, segundo o relatório divulgado.
Para o Itaú, a previsão é de um lucro líquido de R$ 28,3 bilhões, 2% acima do consenso do mercado, e um ROE de 19,3%.
Já para o Bradesco, a expectativa é R$ 29,1 bilhões de lucro líquido, acima dos R$ 28,9 bilhões esperados pelo consenso, e um ROE de 19%.
Por fim, para o Santander, a previsão do BTG é de um lucro líquido de R$ 18 bilhões, 5% maior que o esperado pelo mercado, e um ROE de 20,9%.