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BCE eleva taxas de juros em 0,25 p.p.; cenário abre campo fértil para ações europeias?

Após dez altas seguidas, este é o maior nível desde o lançamento do euro, em 1999

- Karolina Grabowska/Pexels
- Karolina Grabowska/Pexels

O Banco Central Europeu (BCE) decidiu, nesta quinta-feira (14), elevar novamente as taxas de juros em 0,25 ponto percentual, a 4%. É o décimo aumento consecutivo e o mais alto nível desde o lançamento do euro, em 1999.

A principal taxa, a de refinanciamento, subiu de 4,25% para 4,50%, enquanto a taxa sobre empréstimos marginais passou de 4,50% para 4,75%, e a taxa sobre depósitos avançou de 3,75% para 4,0%.

Em sua máxima histórica, o BCE optou por prosseguir combatendo a inflação, embora haja preocupações com a recessão na área do euro. “A inflação continua caindo, mas ainda se espera que permaneça demasiado elevada durante demasiado tempo”, afirmou o órgão em comunicado. 

As projeções macroeconômicas de setembro para a zona do euro feitas por especialistas do BCE são de uma inflação média de 5,6% em 2023, de 3,2% em 2024 e de 2,1% em 2025. O Comitê quer garantir que a inflação regresse, a médio prazo, em 2%.

A decisão do BCE, no entanto, não teria sido unânime. Danilo Igliori, economista-chefe da Nomad, avalia que o aumento teria vindo de um temor ao “aprofundamento do processo de desaceleração da atividade econômica em curso, alguns membros do comitê de política monetária votaram a favor da pausa já em setembro”.

Ele continua: “é possível que o ciclo de alta de juros tenha sido encerrado nesta reunião. Mas o contexto permanece complexo uma vez que crescem as preocupações de que a região esteja entrando em um período de estagflação”.

Para Matheus Spiess, analista da Empiricus Research, a medida está “alinhada com as expectativas do mercado”. “Já estávamos, há alguns meses, com a expectativa de que os 4% seriam o patamar terminal da taxa de juros”, afirmou.

Para o investidor, a decisão pode ser positiva. Robert Schramm-Fuchs, gerente de portfólio de Ações Europeias na Janus Henderson Investors, acredita que este cenário pode abrir um campo fértil e criar uma relação de melhor risco-recompensa.

“Muitas ações cíclicas europeias já estão precificadas para a recessão. Consequentemente, vemos agora uma melhor relação risco-recompensa e um campo fértil para os buscadores de ações europeias”, diz Schramm-Fuchs.
 

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