Os BNDUs (Bens de Não de Uso) ou retomados – imóveis que retornam para a base de bancos e instituições – chegaram ao número de 36.478 ao fim de 2021, avaliados em R$ 6,2 bilhões, de acordo com um novo levantamento produzido pelo BTG Pactual (BPAC11) e pela proptech Resale com as cinco principais e maiores instituições financeiras públicas e privadas do Brasil.
A nova edição do levantamento aponta uma queda no número destes patrimônios, se comparado com o terceiro trimestre de 2021.
Nos três meses anteriores, os imóveis somavam 40.945 mil e eram avaliados em R$ 7 bilhões. No último trimestre de 2020, por sua vez, a quantidade de propriedades era 50.402 e juntas valiam R$ 8,5 milhões.
“Com apurações que levam em conta os últimos 11 anos, o nosso estudo traz informações ricas sobre a linha do tempo dos retomados no país. Por exemplo, o ano de 2011 fechou com 7.983 propriedades retomadas na base dos bancos. Hoje, este número mais do que quadruplicou”, explica Igor Freire, CRO da proptech Resale.
“Nós vemos que a tendência de redução de imóveis retomados segue no mesmo sentido, por dois motivos principais: (i) o setor imobiliário continuou muito aquecido no 4º trimestre de 2021 (alta de preços e vendas fortes) inibindo em parte a inadimplência dos mutuários que viram seu patrimônio crescer pela alta de preços; e (ii) os bancos têm feito mais negociações de créditos em atraso, uma vez que a inadimplência de algumas linhas tem piorado um pouco. Acreditamos que o setor imobiliário ainda tem uma demanda saudável e apresenta estabilidade de preços, o que alivia o balanço dos bancos no momento da retomada e permite revenda sem grandes aumentos no nível de desconto”, analisa Gustavo Cambauva, analista de equity do BTG Pactual.
Média de "dessconto" sobre o valor dos imóveis chega a 42%
Os dados – que levam em conta os dados da Caixa Econômica Federal, que detém 66% dos retomados no país – mostram que a média de valores destas propriedades chega ao valor de R$113.468 e a média de deságio – desconto característico da categoria de retomados – fica em 42%.
A maioria destes imóveis são casas (68,5%), seguidas de apartamentos (17,2%).
No âmbito das cidades com a maior quantidade de retomados, os dados da Caixa apontam que o estado de Goiás possui 4 entre os 5 municípios brasileiros campeões em BNTUs, sendo eles: Santo Antônio do Descoberto, Águas Lindas de Goiás, Cidade Ocidental e Planaltina.
Em quinto lugar, está a cidade de São Gonçalo, no Rio de Janeiro.
Líder em retomados no país, Goiás tem fatores específicos que levaram a estes altos índices.
“As cidades que ficam no entorno da capital Brasília tiveram um grande número de lançamentos imobiliários residenciais dentro do extinto programa Minha Casa, Minha Vida. Com milhares de unidades lançadas e que foram financiadas por bancos, a área sofre consequências, ao que parece, por não terem sido consideradas adequadamente a capacidade das economias locais para absorver esses produtos, seja pela ótica do mercado, seja pelo perfil de crédito dos mutuários”, explica Igor.
Com vendas em todo país e atuando como outlet de imóveis, a Resale agiliza a venda destes ativos, aplicando também o conceito de economia circular no mercado imobiliário.
“Viemos para democratizar a compra dos imóveis retomados em todo o país e também desmistificar esta categoria de ativos. A venda online agiliza a aquisição destas casas, apartamentos e salas comerciais, que antes levariam meses ou anos para terem um novo proprietário. A redução na quantidade total em relação ao trimestre anterior pode, ao meu ver, ter influência deste fluxo mais acelerado e aquecido”, finaliza o CRO.
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