Os mercados argentinos tiveram hoje um dia de pânico diante da perspectiva de que a ex-presidente Cristina Kirchner voltará ao poder como vice de Alberto Fernández, candidato peronista à Presidência. Fernández liderou as eleições primárias realizadas no domingo com uma vantagem de 15 pontos sobre o atual presidente, Maurício Macri, que se mostrou surpreso com a diferença de votos. Fernández prometeu rever as políticas de ajuste de Macri e já adiantou que vai aumentar os gastos com escolas e pensões e vai rever o acordo com o Fundo Monetário Internacional (FMI), além de afirmar que vai obter recursos reduzindo os pagamentos de juros da dívida.
Na bolsa, o Índice Merval S&P fechou em queda de 37,93%, com algumas ações caindo mais de 60%. O dólar oficial fechou em alta de 23%, aos 57,30 pesos por dólar. O risco-país passou de 8,60 pontos percentuais na sexta-feira para 9,04 pontos acima dos juros americanos e os seguros contra um eventual calote da dívida, os Credit Default Swaps (CDS) subiram 70%, indicando forte desconfiança nos pagamentos futuros do país. O Banco Central da Argentina puxou a taxa de juros em quase 11 pontos, de 63,7% ao ano para 74% ao ano.
O presidente Maurício Macri culpou o kirchnerismo pela crise, afirmando que eles “não tem credibilidade”, e afirmando que ainda está em campanha. Mas analistas temem que já não seja possível reverter a vitória de Fernández.
A crise argentina afetou os mercados brasileiros, já que os estrangeiros costumam olhar para a América Latina como um todo e temem que se repita aqui crises semelhantes. O Índice Bovespa fechou em queda de 2%, aos 101.915 pontos e o dólar comercial subiu 1%, para R$ 3,984 para venda, depois de atingir R$ 4,012 durante a manhã.
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