Os mercados brasileiros abriram hoje divididos entre a expectativa positiva de divulgação da proposta final de reforma da Previdência do governo Jair Bolsonaro e a preocupação com a crise política provocada por denúncias de que o partido do presidente teria financiado candidatos laranjas em 2018. Bolsonaro tem reunião com o ministro da Economia, Paulo Guedes, às 15 horas, para definir os pontos principais da reforma, que deve ter idades mínimas diferentes para homens e mulheres.
No exterior, os mercados também estão mais pessimistas com a economia mundial e as bolsas americanas recuam. No Brasil, o Índice Bovespa iniciou o dia em queda, mas se recuperou e às 13h45 estava estável, com 95.793 pontos. O dólar comercial também subiu, mas perdeu força e era vendido a R$ 3,756, alta de 0,09%.
Moro promete apurar laranjas
Hoje, o ministro da Justiça e Segurança Pública, Sergio Moro, afirmou hoje que as suspeitas de que, nas últimas eleições, o PSL repassou recursos eleitorais a candidatos “laranjas” são investigadas. Segundo ele, a apuração foi determinada pelo presidente da República e disse que as responsabilidades serão definidas.
“O presidente Jair Bolsonaro proferiu uma determinação e ela está sendo cumprida. Os fatos vão ser apurados e, após as investigações, eventuais responsabilidades vão ser definidas”, disse o ministro após participar, em Brasília, de evento organizado pela Escola Nacional de Formação e Aperfeiçoamento de Magistrados (Enfam).
De acordo com informações publicadas na imprensa, o PSL é suspeito de repassar recursos públicos do Fundo Especial de Financiamento de Campanha (FEFC) a candidaturas de “laranjas”.
Crise piora após reação do presidente
Ontem, o filho do presidente, Carlos Bolsonaro, desmentiu o ex-presidente do PSB e hoje ministro secretário-geral da Presidência Gustavo Bebiano, acusado de participar das fraudes nas candidaturas. Bebiano disse que tudo estava bem entre ele e o presidente, tanto que tinham falado três vezes na terça-feira. Carlos divulgou áudio em redes sociais com o pai dizendo a Bebiano que não ia falar com ele. Pouco depois, Bolsonaro também divulgou o áudio em sua rede social, aumentando a expectativa de demissão do ministro.
Em entrevista concedida à TV Record, Bolsonaro disse que apoia a investigação sobre filiados ao PSL, legenda do presidente, por suspeita de terem atuado de forma irregular.
O presidente reiterou que é uma “minoria” dentro do partido que está sob suspeita e que a Polícia Federal foi encarregada de acompanhar o caso. “O partido tem de ter consciência. Não são todos, é uma minoria. Logo depois da minha eleição, eu dei carta branca para apurar qualquer tipo de crime de corrupção e lavagem de dinheiro”, disse.
De olho na Previdência
O presidente Jair Bolsonaro disse que pretende “bater o martelo” hoje (14) sobre a proposta da reforma da Previdência que será encaminhada pelo governo federal ao Congresso. Segundo ele, será fixada a idade mínima de 62 ou 65 anos para homens e 57 ou 60 anos para mulheres, incluindo um período de transição.
A definição depende de uma reunião que Bolsonaro terá à tarde com a equipe econômica. Ele também afirmou que as regras aplicadas às Forças Armadas serão estendidas aos policiais militares e bombeiros.
“Eu não gostaria de fazer a reforma da Previdência, mas sou obrigado a fazer, do contrário o Brasil quebrará em 2022 ou 2023”, afirmou o presidente em entrevista exclusiva à TV Record na noite de ontem (13).
Bolsonaro não adiantou qual será a idade mínima para homens e mulheres, mas assegurou que o período de transição será fixado. No caso da idade mínima maior – 60 anos para mulheres e 65 para homens, a transição será de 2022 a 2023. “Vou conversar com a equipe econômica”, acrescentou.
Com informações da Agência Brasil.
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