O presidente da República Jair Bolsonaro vetou dois trechos do projeto de lei que garante a autonomia do Banco Central (BC), sancionado por ele ontem (24). Bolsonaro vetou a proibição de os dirigentes do BC exercerem outros cargos (com exceção de professor) e o dispositivo que impedia esses executivos de manterem participação acionária em instituições do sistema financeiro, que se estende a cônjuges e parentes até o segundo grau dessas autoridades.
O projeto que dá autonomia ao BC foi aprovado na Câmara no dia 10 de fevereiro. A lei define os objetivos da autarquia e estabelece mandatos fixos para o presidente e os diretores da instituição, não coincidentes com o mandato de presidente da República.
A argumentação do presidente no primeiro veto foi de que a medida impediria que o presidente e os diretores do BC ocupassem cargos não remunerados de relevância. Ou seja, ficaria proibida a participação, por exemplo, no CMN (Conselho Monetário Nacional), no Fórum Brasileiro de Educação Financeira ou até mesmo no FMI (Fundo Monetário Internacional).
Já para o segundo veto, Bolsonaro argumentou que o dispositivo contrariava o interesse público e gerava insegurança jurídica. Na nota, a Presidência destacou a existência da Lei de Conflito de Interesses (Lei nº 12.813, de 2013), que já proíbe aos dirigentes do Banco Central manter qualquer tipo de negócios com instituições reguladas.