Coronavírus economia

Brasil deve ser o país latino mais afetado pelo coronavírus

Investing.com – As previsões em relação aos impactos do surto de coronavírus sobre a economia estão cada vez mais pessimistas, visto que a pandemia continua a se espalhar ao redor do mundo e mais países adotam medidas drásticas de contenção.

A expectativa é que o Brasil seja o país mais afetado na América Latina, com uma perda de 0,42 ponto percentual no PIB de 2020, aponta consenso entre analistas consultados pela Focus Economics. O resultado da pesquisa segue em linha com a redução das previsões que os principais bancos estão fazendo para o país.

Ontem, o Goldman Sachs cortou a perspectiva do PIB brasileiro para contração de 0,9%, ante projeção anterior de alta de 1,5%. JP Morgan também reduziu para -1%, enquanto o Credit Suisse passou a prever 0% e o UBS reduziu a estimativa de alta de 1,3% para 0,5%. Na visão de todos os bancos, o país afundará no segundo trimestre com uma contração trimestral anualizada que pode chegar a 10% da economia.

O Brasil não será o único afetado e a Focus Economic coloca o Chile e a Argentina logo atrás em perda de PIB. Os três são grandes exportadores e dependentes de commodities com uma exposição grande à China, especialmente no caso do Brasil, com a soja e minério de ferro, e o Chile, com o cobre.

Para os nossos vizinhos, a expectativa é de redução em 0,39 ponto percentual no PIB chileno e de 0,38 p.p. no argentino, com atenção especial a uma possível crise cambial em Buenos Aires.

Os números de casos na América Latina estão crescendo, o que poderia fazer com que os governos adotassem medidas restritivas similares às vistas em outras partes do mundo, o que impactaria severamente a atividade doméstica.

No entanto, o impacto previsto para a América Latina deve ser menor do que em outras regiões como Ásia e Europa.

Economia da Itália deve sofrer

Entre todos os países afetados, a expectativa dos economistas pesquisados é que a Itália seja a mais atingida, devido ao grande número de casos, a fatores demográficos, à resposta extrema do governo ao surto, que está impactando severamente a atividade econômica, e a uma economia que já era frágil mesmo antes da chegada do coronavírus.

Cerca de um terço dos especialistas consultados pela pesquisa sobre os impactos do coronavírus da empresa de pesquisas Focus Economics veem uma queda de pelo menos 1,5 ponto percentual no crescimento mundial neste ano. Além disso, 64% deles esperam uma recessão global nos próximos 12 meses, apesar das medidas de estímulo monetário anunciadas ao redor do mundo nos últimos dias.

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