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Brasil precisa comunicar melhor as boas ações no agronegócio, diz executivo da EY

Com mais chuva e câmbio favorável à exportação, perspectivas para o setor em 2022 são positivas, segundo Alexandre Rangel, líder do Centro de Excelência do Agronegócio da EY

- Reprodução: SEMAGRO
- Reprodução: SEMAGRO

Por Agência EY – Considerado um dos grandes destaques da economia brasileira, o agronegócio deve continuar colhendo bons resultados este ano.

A combinação de um câmbio vantajoso para a exportação, com a perspectiva de melhoria no regime de chuvas em regiões produtoras deve ser transformada em bons resultados aos produtores.

A análise é de Alexandre Rangel, líder do Centro de Excelência do Agronegócio da EY.   

Em entrevista à Agência EY para a série sobre as perspectivas socioeconômicas nos mais diversos setores, Rangel afirma que o Brasil precisa melhorar a sua comunicação no setor agro para mostrar ao mundo ações positivas em relação à sustentabilidade ambiental.

“Temos uma postura de nos desculpar muito por aquilo de ruim que não fazemos, em vez de falar aquilo de bom que nós efetivamente fazemos”, afirma Rangel. 

A pressão por produtos agropecuários que não prejudiquem o meio ambiente é cada vez maior no Brasil e no exterior. O Brasil corre o risco de perder mercados, e por consequência Valor Bruto de Produção (VBP), caso não se atente a essas questões de maneira efetiva?  

Há um consenso de que o Brasil precisa se comunicar melhor. Há um trabalho grande sendo feito pelos produtores em relação à sustentabilidade, certificações, proteção dos biomas e redução das emissões de carbono, entre outras ações muito positivas.

Mas ainda temos uma grande dificuldade em comunicar isso para fora.

É óbvio que, em um país continental como o Brasil, há produtores muito sérios e uma minoria com práticas não adequadas. O problema é que, muitas vezes, esses poucos acabam contaminando a visão do país como um todo.

Há também muita agenda protecionista de alguns países disfarçada em uma agenda de sustentabilidade.

Mas acreditamos que o remédio para isso é continuar investindo em certificação da produção, rastreabilidade, na qualidade dos produtos e, principalmente, em desenvolver uma comunicação efetiva daquilo que é feito de bom.

No Brasil, temos uma postura de nos desculpar muito por aquilo de ruim que não fazemos, em vez de falar aquilo de bom que nós efetivamente fazemos.  

O Ministério da Agricultura prevê um aumento de 4% no VBP para 2022. Diante disso, quais as perspectivas para o próximo ano em relação ao agronegócio? 

Há uma combinação de fatores interessantes: em primeiro lugar, um câmbio do real desvalorizado em relação ao dólar, para o agronegócio, é algo que pode ser encarado como positivo, já que a maior parte dos nossos custos é em reais, mas a monetização das commodities e a venda dos produtos para exterior em dólar.

Isso acarreta uma rentabilidade bastante interessante para o setor. Outra notícia positiva é a previsão de um cenário melhor para o regime de chuvas nas regiões Centro-Oeste, Sudeste e Sul do Brasil, o que contribui para uma produção melhor.

Se somarmos tudo isso a alguns investimentos em logística realizados nos últimos anos, que têm reduzido o custo de produção e até o desperdício, há uma perspectiva otimista para 2022.  

Quais são setores do agronegócio que mais devem crescer em 2022? 

Há um crescimento sustentável na maioria dos setores.

Ainda existe uma certa dúvida em relação à demanda interna, que deve ser aquecida caso o próximo ano seja de recuperação econômica e encaminhamento para a finalização da pandemia.

Com uma possível melhoria no consumo de combustíveis, deve haver recuperação do setor sucroalcooleiro.

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