A Caixa Econômica Federal anunciou hoje um lucro líquido recorrente (sem eventos extraordinários) de R$ 12,7 bilhões em 2018, o que representa um crescimento de 40,4% em relação ao apurado no ano anterior. O Lucro Líquido Contábil de 2018, que considera eventos extraordinários, foi de R$ 10,4 bilhões, um recuo de 17,1% em relação ao ano de 2017.
O retorno sobre o patrimônio líquido (ROE), ou seja, o lucro em relação ao capital, principal indicador de desempenho dos bancos, foi de 16,1% no ano de 2018, evolução de 2,45 ponto percentual em relação ao obtido no ano de 2017. O retorno sobre o ativo médio, ou seja, sobre os empréstimos feitos pelo banco, alcançou 1,0%, aumento de 0,29 ponto percentual em 12 meses.
Segundo o banco, esse resultado é fruto direto de medidas realizadas ao longo de 2018, como exemplo, a melhoria da eficiência operacional e o aumento de receitas, especialmente o resultado da intermediação financeira e a prestação de serviços. O banco ressaltou ainda a “robustez dos índices de capital e liquidez que registraram patamares sólidos possibilitando a expansão dos negócios”.
“A gestão da Caixa está comprometida em tornar o banco ainda mais transparente e alinhado a boas práticas de mercado”, afirma Pedro Guimarães, presidente da instituição. Ele destaca o tamanho do banco, com mais de 93 milhões de clientes, responsável por 37% da poupança nacional e 69% do crédito habitacional, 55 mil canais exclusivos de atendimento em todo o país.
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Resultado da intermediação cresceu 15,5%
O resultado bruto da intermediação financeira, aquilo que o banco ganha nos empréstimos depois de descontadas as despesas, foi de R$ 36,0 bilhões em 2018, evolução de 15,5% em 12 meses, influenciado pela redução de 22,5% nas despesas com provisão para créditos de liquidação duvidosa e pelo crescimento de 1,0% na margem financeira.
As despesas com provisão para créditos de liquidação duvidosa, valor que os bancos separam para cobrir as perdas com os calotes, totalizaram R$ 14,9 bilhões em 2018, redução de R$ 4,3 bilhões em 12 meses, reflexo do recuo de R$ 11,8 bilhões na carteira de crédito e da mudança de sua composição, com maior concentração em créditos de baixo risco, como consignado e créditos com garantia, como imobiliário.
As receitas com prestação de serviços aumentaram 7,2% em 12 meses, chegando a R$ 26,8 bilhões até dezembro de 2018, influenciadas pelas receitas de conta corrente, de fundos de investimento e de cartões.
As despesas administrativas tiveram redução de 2,3% em 12 meses, em função da diminuição de 3,6% nas despesas de pessoal e da estabilidade das outras despesas administrativas, mantendo a tendência contínua de ajuste de estrutura e busca pela melhoria da eficiência operacional.
Com esses números, o resultado operacional da Caixa registrou R$ 16,9 bilhões, evolução de 16,4% em comparação ao alcançado no acumulado até dezembro de 2017.
Eficiência melhora
Com esses resultados, o Índice de Eficiência Operacional alcançou 46,5%, melhora de 2,1 p.p em 12 meses. O índice de cobertura das despesas administrativas (relação entre tarifas cobradas e os gastos do banco) evoluiu 8,0 p.p. e atingiu 79,0% e o índice de cobertura das despesas de pessoal totalizou 121,9%, melhora de 14,5 p.p. em 12 meses.
O Índice de Basileia, que calcula o capital necessário para o banco continuar operando, levando em conta os ativos ponderados pelo seu risco (quanto maior risco, mais capital o banco precisa ter) atingiu 19,6%, superior ao mínimo de 11,0% regulamentado pelas Resoluções do Conselho Monetário Nacional.
Liderança em crédito imobiliário
O saldo da carteira de crédito habitacional da Caixa cresceu 3,0% em 12 meses, totalizando R$ 444,7 bilhões em dezembro de 2018, dos quais R$ 265,2 bilhões foram concedidos com recursos do Fundo de Garantia (FGTS) e R$ 179,4 bilhões com recursos da poupança (SBPE) e da Caixa. O banco detém a liderança desse mercado com 68,8% de participação, ganho de 0,6 p.p em 12 meses.
Até dezembro de 2018, foram contratados pela Caixa R$ 62,5 bilhões no Programa Minha Casa Minha Vida, o equivalente a 505.494 novas unidades habitacionais. Dessas novas moradias, 21,1% foram destinadas à Faixa 1 do Programa, que se refere aos beneficiários com renda mensal de até R$ 1,8 mil.
Saneamento e infraestrutura cresceram 2,0%
As operações de infraestrutura, que são um dos focos do banco federal, obtiveram um incremento de 2,0%, alcançando saldo de R$ 84,3 bilhões em dezembro de 2018. “Por se configurar de grande relevância e incentivar o desenvolvimento econômico nacional, além de gerar relacionamento de longo prazo com os clientes pessoa jurídica, esse segmento está inserido no escopo de atuação estratégica da Caixa”, diz o banco.
Carteira de crédito caiu 1,7%
A carteira de crédito ampla da Caixa alcançou saldo de R$ 694,5 bilhões em dezembro de 2018, redução de 1,7% em 12 meses, ainda repercutindo a estratégia adotada pela empresa para equilíbrio de sua estrutura de capital reduzindo os empréstimos. “O sucesso com os ajustes realizados permitiu à Caixa situar-se confortavelmente acima dos requerimentos mínimos de capital”, diz a empresa.
Ainda como reflexo dessa estratégia, houve o crescimento nas carteiras de menor risco, como habitação e infraestrutura, e redução da exposição nas carteiras comerciais, tendo como efeito a redução da provisão para devedores duvidosos.
Crédito comercial recuou 15,2%
A carteira de crédito comercial, aquela que não é voltada para linhas oficiais do governo, totalizou R$ 137,2 bilhões, redução de 15,2% em 12 meses, atingindo 7,8% de participação no mercado. A carteira de empresas (PJ) atingiu saldo de R$ 55,3 bilhões em dezembro de 2018 e as operações comerciais com pessoas físicas, R$ 81,9 bilhões, com reduções de 18,8% e 12,6% respectivamente.
Liderança em poupança, com 37,4%
As captações totais da Caixa apresentaram saldo de R$ 1,0 trilhão em dezembro de 2018. Os depósitos à vista totalizaram R$ 30,4 bilhões, evolução de 7,6% no trimestre. A poupança apresentou saldo de R$ 298,4 bilhões, alta de 7,8% em 12 meses e 2,4% no trimestre. Com esse saldo, a Caixa manteve-se na liderança do mercado com 37,4% de participação.
Mais 3,2 milhões de contas
Em dezembro de 2018, a Caixa possuía 78,0 milhões de contas de poupança, incremento de 3,2 milhões de contas em relação ao registrado em dezembro de 2017.
As letras imobiliárias, hipotecárias, financeiras e agrícolas totalizaram R$ 63,6 bilhões, redução de 45,9% em 12 meses, em linha com a estratégia de captação da CAIXA.
Patrimônio líquido cresce 15,1%
A empresa encerrou o ano de 2018 com um patrimônio líquido (dinheiro dos sócios e donos que garante as operações e as possíveis perdas que o banco pode ter com os empréstimos e demais operações) de R$ 81,2 bilhões, um incremento de 15,1% em comparação com o mesmo período do ano anterior.
A variação de R$ 10,7 bilhões no patrimônio líquido em 12 meses, foi decorrente, principalmente, da evolução de 41,0% nas reservas de lucro. Ou seja, o banco reservou parte dos lucros para reforçar o patrimônio.
Caixa ganha R$ 13,9 bi nas Loterias
As Loterias Caixa arrecadaram R$ 13,9 bilhões em 2018, mantendo o mesmo patamar alcançado em 2017. Dentre os valores arrecadados, cerca de R$ 5,2 bilhões foram transferidos, no período, aos programas sociais do Governo Federal nas áreas de seguridade social, esporte, cultura, segurança pública, educação e saúde, o que corresponde a 37,4% do total.
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