Vai à sanção presidencial

Câmara mantém gratuidade de bagagens; Azul (AZUL4) e Gol (GOLL4) serão afetadas

MP aprovada flexibiliza legislação do setor aéreo

- Tânia Rego/Agência Brasil
- Tânia Rego/Agência Brasil

A Câmara dos Deputados concluiu nesta terça-feira (24) a análise da medida provisória (MP) que flexibiliza a legislação do setor aéreo. Entre outros pontos, o texto restabelece o despacho gratuito de bagagem de até 23 quilos em voos nacionais e de até 30 quilos em voos internacionais. A MP será enviada à sanção presidencial.

Nesta sessão, parlamentares aprovaram duas emendas propostas pelos senadores, que tratam do registro de empresa estrangeira operadora de companhia aérea e a concessão de certificado de habilitação para praticantes de aerodesportos, como o voo livre.

A Câmara rejeitou, porém, dispositivo que pretendia transferir, a partir de 2023, do Fundo Aeroviário ao Serviço Social do Transporte (Sest) e ao Serviço Nacional de Aprendizagem do Transporte (Senat) parte dos recursos de contribuições de empresas do setor aéreo ao Serviço Social do Comércio (Sesc), ao Serviço Social da Indústria (Sesi) e ao Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai).

Gratuidade

O trecho que restabeleceu a gratuidade de bagagens não estava previsto no texto original da MP. 

Ao incluir o trecho na Câmara, deputados afirmaram que haviam sido “enganados” pelas empresas aéreas, segundo as quais a cobrança pelo despacho de bagagem reduziria o preço das passagens.

A medida foi aprovada pelo Congresso em 2017, mas não assegurou a redução dos preços das passagens aéreas.

Ao tramitar no Senado, o relator da MP, Carlos Viana (PL-MG), chegou a retirar a retomada do despacho gratuito de bagagem. Na defesa da supressão do trecho, ele argumentou que retomar a franquia de bagagem poderia aumentar o preço das passagens e que, da mesma forma, o despacho pago poderia reduzir os preços. No entanto, senadores aprovaram um destaque que devolveu o trecho à MP.

Regulação

A MP define o serviço aéreo como atividade de interesse público que, mesmo submetida a regulação, pode ser livremente explorada por entes privados. Entre outros pontos, estabelece que qualquer pessoa física ou jurídica poderá explorar serviços aéreos, observadas as normas do Código Brasileiro de Aeronáutica (CBA) e da autoridade de aviação civil.

A proposta também muda valores e tipos de operações sujeitas a taxas pela Agência Nacional de Aviação Civil (Anac).

Valores atuais

Neste ano, as três maiores companhias aéreas do Brasil, a Gol, a Azul e a Latam reajustaram os valores do transporte de bagagem para os vôos domésticos e internacionais.

Na Gol (GOLL4), para despachar uma mala de 23 quilos, desde então precisa-se desembolsar pelo menos R$ 95. Até então, a menor tarifa ficava em R$ 80.

Em nota, a empresa disse que o reajuste se deu em função do aumento de custos na aviação comercial e como forma de adequar a empresa aos valores praticados pelo mercado.

Na Latam, o reajuste já está em vigor desde o dia 14 de março. Agora, o valor mínimo para viajar com a bagagem passa a ser R$ 75. O valor máximo continua o mesmo, R$ 160.

Na Azul, no dia 7 de março, a companhia reajustou o valor da primeira bagagem despachada que passa a custar R$ 90.

*Com informações de Heloisa Cristaldo, para a Agência Brasil.

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