Previsões

Citi alerta: Brasil precisa reforçar controle para restaurar confiança do mercado

Marcelo Marangon, presidente do Citi no Brasil, destaca a importância de medidas fiscais para restaurar a confiança do mercado

Brasil tem déficit de R$ 11 bi em 2024

O Brasil deve reforçar o controle dos gastos públicos para enfrentar os desafios de um cenário externo cada vez mais incerto.

A recomendação foi feita por Marcelo Marangon, presidente do Citi no país, que destacou a necessidade de restaurar a confiança dos agentes econômicos na política fiscal.

Confianças abalada dos investidores

De acordo com Marangon, a credibilidade fiscal do Brasil foi impactada no final de 2024, quando surgiram incertezas em torno do pacote de controle de despesas do governo.

O episódio gerou preocupações no mercado e afetou as expectativas de investidores sobre a sustentabilidade das contas públicas.

Para o executivo, medidas de austeridade são essenciais para fortalecer a economia nacional. Um dos pontos de preocupação do mercado foi a proposta de isenção do imposto de renda para quem ganha até R$ 5 mil mensais, sem contrapartidas financeiras claras.

O Citi, maior banco americano em atuação no Brasil e segundo maior estrangeiro no país, alcançou um crescimento nos últimos anos. O volume de ativos do banco aumentou de R$ 134 bilhões em 2021 para R$ 226 bilhões em 2024, uma alta de 69% no período. 

Planos de investimento e expansão do Citi

O Citi finaliza um novo plano estratégico para os próximos três anos, que deve priorizar crescimento e inovação. Nos últimos anos, o banco direcionou mais de US$ 50 milhões para tecnologia e pretende manter ou aumentar esse patamar nos próximos ciclos. 

Além da modernização tecnológica, o Citi avalia novas oportunidades de negócios, mas, detalhes serão anunciados ainda no primeiro semestre de 2025.

Assim, o Brasil se tornou um dos principais mercados do Citi, ficando atrás apenas dos Estados Unidos e do Reino Unido, em posição similar a China e Índia. 

Além disso, em 2024, a instituição registrou um lucro de R$ 2,3 bilhões no país, uma queda de 5,3% em relação a 2023. Isso porque houve o aumento no provisionamento de crédito, que subiu de 0,9% para 1,9% da carteira.

Crédito e investimentos no Brasil

Apesar da redução nos lucros, o banco segue expandindo sua atuação no mercado de crédito, com margem financeira de R$ 6,8 bilhões em 2024, um aumento de 38,7% em um ano.

A carteira de crédito cresceu 7,7%, atingindo R$ 56 bilhões, enquanto a inadimplência acima de 90 dias permaneceu em níveis controlados, alcançando 0,6%.

Marangon enfatizou que a estratégia do banco continua focada em clientes consolidados. “A intenção é continuar crescendo a carteira de crédito, porque estamos tranquilos e satisfeitos com a qualidade”, afirmou o executivo.

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