O Conselho Monetário Nacional (CMN) definiu hoje que a meta de inflação para 2022 será de 3,5%, de acordo com o IPCA do IBGE, com tolerância de 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo. A informação foi divulgada há pouco pelo Banco Central (BC), que tem a obrigação de fazer com que a inflação fique nesse percentual ou dentro do intervalo de tolerância, usando a taxa de juros básica Selic para controlar a expansão da economia e os preços.
A nova meta é a menor da história do regime criado em 1999 e reafirma o compromisso do governo de aumentar a confiança na moeda e levar o país para um nível de inflação mais próximo dos países desenvolvidos, que costuma ficar em torno de 2% ao ano. Nos EUA, essa é a meta perseguida pelo Federal Reserve (Fed, banco central americano).
De 2003 e até o ano passado, a meta brasileira era de 4,5% ao ano, sendo que até 2016 o intervalo de tolerância era maior, de 2 pontos percentuais para cima ou para baixo. Neste ano, a meta foi reduzida para 4,25% e, no ano que vem, passará para 4,00% e, em 2021, para 3,75% ao ano.
Esses números mostram a necessidade também de ajuste nas contas públicas para manter o valor da moeda. E a preservação do valor do real é a melhor maneira de proteger o poder de compra e a capacidade de poupança dos mais pobres, que são os maiores prejudicados pela inflação pois não conseguem se proteger da alta dos preços.
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O compromisso do governo de avançar no controle da inflação reforça também a expectativa de que no futuro os juros nominais da economia poderão ser menores, ajudando a melhorar as condições de financiamento de longo prazo e o acesso ao crédito de empresas e consumidores. Com a confiança de que o BC vai perseguir metas cada vez menores, os investidores pedirão prêmios menores também para emprestar por prazos mais longos.
A confiança no trabalho do BC em cumprir as metas também têm o benefício de aumentar a eficiência dos juros no controle da inflação. Assim, a taxa de juros que o BC precisa usar para controlar desajustes de preços acaba sendo cada vez menor.
Ter uma inflação compatível com a de países desenvolvidos é condição também para a meta do BC, de tornar a moeda brasileira conversível, permitindo a abertura de contas em moeda estrangeira no país e permitindo o livre fluxo de capitais entre o Brasil e outras economias.
A seguir, a íntegra do comunicado do BC:
“O Banco Central do Brasil, na forma do art. 9º da Lei nº 4.595, de 31 de dezembro de 1964, torna público que o Conselho Monetário Nacional, em sessão realizada em 27 de junho de 2019, tendo em vista o disposto no § 2º do art. 1º do Decreto nº 3.088, de 21 de junho de 1999.
R E S O L V E U:
Art. 1º É fixada, para o ano de 2022, a meta para a inflação de 3,50% (três inteiros e cinquenta centésimos por cento), com intervalo de tolerância de menos 1,50 p.p. (um e meio ponto percentual) e de mais 1,50 p.p. (um e meio ponto percentual).
Art. 2º O Banco Central do Brasil efetivará as necessárias modificações em seus regulamentos e normas, visando à execução do contido nesta Resolução.
Art. 3º Esta Resolução entra em vigor na data de sua publicação.
O post CMN fixa meta de inflação para 2022 em 3,5%, a menor do regime de metas; por que isso é bom para você? apareceu primeiro em Arena do Pavini.