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Coelce (COCE5): Enel suspende temporariamente procedimentos de venda da empresa

Decisão foi tomada em meio a discussões sobre modalidade de pagamento pelo ativo

- Daniel Reche/Pexels
- Daniel Reche/Pexels

A Coelce (COCE5), empresa controlada pela Enel, comunicou a suspensão temporária dos procedimentos relacionados à análise e prospecção para a venda da companhia. A decisão foi tomada após o processo de venda da empresa ter enfrentado obstáculos em fases avançadas de negociação, conforme noticiado pelo jornal Valor Econômico no mês de agosto.

Segundo as informações divulgadas, o impasse surgiu durante as discussões sobre a modalidade de pagamento pelo ativo. Além disso, a renovação da concessão da distribuidora cearense, com vencimento em 2028, está sujeita a trâmites regulatórios pendentes.

A transação, avaliada em R$ 8 bilhões, caso concretizada, poderia representar uma das maiores operações do ano. No decorrer do processo, empresas como CPFL (CPFE3) e Equatorial (EQTL3) estiveram envolvidas, chegando a apresentar propostas pelo ativo, conforme reportado pelo Valor em maio.

Durante as etapas finais, um ponto de discordância referia-se à parcela do pagamento a ser efetuada durante a renovação da concessão, levantando incertezas sobre o desfecho do negócio, conforme fontes ligadas à questão.

Em maio, a Equatorial declarou que não comentaria sobre negociações específicas, enquanto a CPFL comunicou à Comissão de Valores Mobiliários (CVM) a ausência de acordo vinculativo com a Coelce.

Uma fonte do jornal explicou que a resolução da renovação da concessão deveria ser definida em um prazo de seis a nove meses. Após esse período, espera-se que a transação retorne à mesa de negociações com maior vigor.

A concessionária cearense atende aproximadamente 4,2 milhões de unidades consumidoras em uma área que abrange 184 municípios em expansão.

Conforme as regulamentações do setor elétrico, o poder concedente, representado pela União, deveria ter estabelecido a renovação das concessões em julho de 2022. As empresas envolvidas desejam que essa renovação ocorra sem o pagamento de outorgas. No entanto, o Ministério de Minas e Energia (MME) propõe que a renovação esteja associada a "contrapartidas sociais" por parte das empresas, visando aprimorar a qualidade do serviço prestado ao consumidor.

A empresa italiana de energia, Enel, tem trabalhado para reduzir seu endividamento nos últimos meses. No ano anterior, a empresa anunciou um plano global de desinvestimento no valor de aproximadamente US$ 21,5 bilhões.

Como parte desse processo, a Enel vendeu a Celg-D, distribuidora de energia em Goiás, para a Equatorial Energia, em uma operação de R$ 1,6 bilhão em setembro de 2022. Além disso, desfez-se de uma termoelétrica em Fortaleza por R$ 500 milhões no ano anterior.

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