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Veja dicas e cuidados ao investir nos Estados Unidos

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Abrir uma conta em outro país pode proporcionar a investidores acesso a novos setores e economias de outros continentes. Geralmente, investir nos Estados Unidos são a porta de entrada para brasileiros interessados em investir lá fora, uma vez que a maior economia mundial abrange ativos e fundos de outras regiões, e é possível negociar em dólar.

A modalidade não é novidade entre grandes investidores, mas um movimento recente de corretoras também abre o exterior para quem possui menos capital e pretende explorar possibilidades de diversificação em outros mercados.

Para ajudar as pessoas que pretendem investir em outros países, ou aqueles que estão estudando essa possibilidade, esta Spacedica reúne as principais informações necessárias para se abrir uma conta nos EUA  — e também dicas de especialistas sobre quais cuidados tomar.

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Abrindo conta lá fora

E qual é o passo inicial para investir nos EUA? Antes de tudo, é preciso abrir conta naquele país. O meio tradicional são os bancos, mas os trâmites exigem mais custos. Geralmente essas instituições são voltadas a investidores de grande porte e, por isso, o valor inicial exigido é mais alto. Também existem corretoras abertas a estrangeiros, mas nem todas aceitam não residentes, que não possuam endereço americano.

O processo exige alguns documentos essenciais, como cópia do CPF e passaporte; declaração do Imposto de Renda; comprovante de residência e informar sobre o empregador. 

Um movimento recente de corretoras brasileiras que funcionam nos Estados Unidos torna o processo mais acessível a investidores de classe média. “É até simples: [é preciso de] comprovante de residência e documento com foto”, explica William Castro Alves, estrategista-chefe da Avenue Securities. “Em trinta minutos, se abre conta [nos sites], pois os sistemas de cadastro são facilitados.”

Tributação nos Estados Unidos

A tributação acontece no Brasil. “O CPF é daqui, se declara aqui”, diz Castro Alves. Ele informa que são descontados 15% dos ganhos de capital ativo investido, em reais, no Imposto de Renda. 

Esse percentual é progressivo e pode tocar 22,5% para lucros muito altos, na base de milhões de reais. Também existe isenção para ganhos de até R$ 35 mil, limite mais alto que aplicado em investimentos brasileiros, de R$ 20 mil. 

O diferencial é que, nos Estados Unidos, os dividendos já são tributados na fonte e permanecem retidos lá, apesar de serem declarados aqui. “Lá, a carga tributária é menor e incide sobre o lucro, enquanto no Brasil o imposto é sobre a renda. Por isso [órgãos americanos] cobram os dividendos.”

Outro ponto importante é o tratamento de prejuízos em aplicações. Perdas na bolsa americana não servem para abatir impostos sobre ganhos, como acontece na B3.

O que se ganha ao investir lá fora – e no que prestar atenção

Pisar em terreno novo pode gerar insegurança, mas especialistas consideram que investir nos Estados Unidos é uma escolha boa para diferentes perfis de investidores. Há terreno para os traders, que buscam máxima rentabilidade e se dispõe a tomar todo tipo de risco, e espaço para proteção de patrimônio. 

“[É protegido] porque o patrimônio não precisa ficar refém da política, já que algumas empresas [na B3] são vulneráveis ao ambiente brasileiro”, afirma o estrategista da Avenue Securities.  “Mercado americano é centenário.”

Rodrigo Knuden, gestor da Vitreo Investimentos, destaca que o objetivo principal no passado era a proteção do patrimônio, mas que hoje ficou relativamente mais rentável investir nos EUA por causa da queda da taxa de juros básica no Brasil.

Para Castro Alves, da Avenue, a língua ainda pode ser uma barreira, mesmo com serviços em português disponíveis. Assim como a burocracia para abrir contas e tributações, apesar de os processos estarem mais simplificados hoje.

Mas a principal dica é “não pensar em real”, se acostumar com o câmbio, quando se aposta lá fora. “O dinheiro sempre estará oscilando se pensamos em real, mesmo em aplicações conservadoras”, diz. “Se prepare para essa nova realidade: o investimento está em dólar.”

Ele lista que a principal vantagem ao investir nos Estados Unidos é diversificação de carteira, já que lá fora há setores que ainda não chegaram à bolsa brasileira. “Há setores [que não são listados aqui] de tecnologia, como a biotecnologia; armamento e defesa; e até cannabis”, diz. Algumas empresas brasileiras, como a XP, só têm ações negociadas no mercado americano. 

Alguns papéis são bastante populares entre brasileiros. Quem é daqui procura ativos de grandes empresas de tecnologia, como Google e Tesla. Também aplicam dinheiro em fundos como os “exchange traded funds (ETFs) em ouro, de tecnologia e do S&P 500. Entre os conservadores, muitos investem em fundos de renda fixa, para deixar o dinheiro rendendo em dólar”, diz ele, com base nos clientes da corretora que administra.

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