Artigo

Como se preparar e ter mais tranquilidade com as despesas de início de ano?

Sem planejamento, gastos extras podem contribuir para superindividamento

- Foto: Marcos Santos/USP Imagens
- Foto: Marcos Santos/USP Imagens

Para a maioria dos brasileiros, o fim de ano é o período das férias escolares, festas de Natal e Ano-Novo e o momento ideal de descansar e recarregar a energia. Porém, esse breve período logo é sucedido por uma situação que preocupa muitas famílias no país: as despesas de início de ano. Há impostos e tributos como IPTU e IPVA, os gastos com matrícula e material escolar dos filhos, apólices de seguros para determinados bens (como automóveis e residências), parcelas de compras feitas no ano anterior, entre tantos outros.

A lista é grande e pode comprometer as finanças ao longo do ano, caso a pessoa não se prepare. Antes da pandemia de covid-19, por exemplo, apenas 11% dos brasileiros tinham condições de pagar essas despesas. Mesmo assim, 22% admitiam que não fizeram nenhum planejamento para arcar com esses custos, segundo levantamento do SPC Brasil com a Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL). Com a chegada do novo coronavírus, a situação se agravou: 81% das pessoas tiveram que fazer cortes em seus orçamentos para não acumular dívidas. Um cenário que pode ser potencializado com os gastos extras do período que se aproxima.

Mas acredite, é possível se organizar e ter mais tranquilidade na hora de pagar as contas de início de ano. Separei algumas dicas que podem ajudar nesse desafio! 

1 – Tenha controle sobre o orçamento

O primeiro passo em todo planejamento é colocar na ponta do lápis as despesas previsíveis e esperadas pela família nas primeiras semanas do ano. Na sequência, faça o mesmo com as receitas que serão utilizadas para pagá-las, como o salário dos membros da família, o 13º recebido no ano anterior ou até outros benefícios esperados. Dessa forma, é possível ter uma visão completa sobre o orçamento familiar no período.

O ideal, evidentemente, é incluir todos os gastos, desde os mais simples até os mais altos, para evitar possíveis despesas adicionais no futuro – o que complicaria todo o planejamento. Uma dica para isso é fazer uma retrospectiva dos gastos e receitas no ano anterior, enxergando as principais fontes que consomem a renda familiar e até possíveis cortes que podem ser feitos.

2 – Estipule as metas financeiras no período

Se após a análise criteriosa do orçamento a pessoa perceber que tem dinheiro suficiente para pagar todas as contas, ótimo! Mas, infelizmente, esse não é o caso da maioria dos brasileiros – principalmente em um cenário econômico instável como o enfrentado no último ano… Para isso, a recomendação é estipular metas financeiras de acordo com a renda e a capacidade de pagamento das pessoas. As contas obrigatórias que podem acarretar outros problemas (como os tributos e contas que apresentam juros altos), devem ser priorizadas. Coloque os valores que podem ser pagos por semana ou por mês, e busque alternativas para atender a todos os custos.

3 – Evite gastar todo o dinheiro de uma vez

Uma das principais recomendações é aproveitar a renda extra do 13º salário para quitar essas contas. A estratégia é bastante útil, sem dúvida, mas evite gastar todo o dinheiro de uma só vez, apenas para pagar as despesas. 

O bom planejamento financeiro pede a criação de uma reserva de emergência justamente para cobrir eventuais imprevistos. É preciso destinar parte da renda para esse objetivo, deixando o dinheiro guardado para ser usado em situações mais graves. Além disso, pesquise formas de refinanciar dívidas (ou até trocá-las por outras com juros melhores) e redistribua a receita de forma que sempre sobre algum valor no fim do mês.

4 – Aprofunde seu conhecimento em educação financeira

Por fim, aproveite esse período com várias contas a pagar para buscar mais informações e aprofundar o conhecimento em educação financeira. É a oportunidade de aprender na prática diversas técnicas que reduzem os custos, e podem lhe ajudar a poupar e potencializar a renda mensal.

Para isso, é fundamental ampliar a busca sobre boas práticas de educação financeira. Na internet, por exemplo, é possível encontrar cursos, mentorias, workshops, webinars, entre outros conteúdos informativos. Além disso, há também benefícios oferecidos por empresas que já disponibilizam iniciativas desse tipo a seus colaboradores. 

A importância de ter um planejamento consciente e sustentável

Por muito tempo, as contas do início de ano assustaram muitos brasileiros, mas elas não precisam ser motivo de preocupação. Independentemente do valor a ser gasto e da renda, é possível arcar com todos os compromissos. Basta desenvolver um planejamento inteligente e sustentável, ou seja, que respeite seus limites e sua real condição financeira.

Com uma boa preparação, a pessoa consegue dar conta de todas as demandas financeiras do início do ano. É possível utilizar os valores extras para pagar algumas despesas, negociar descontos em contas, como a cota única do IPTU disponibilizado por prefeituras ou promoções em rematrículas, e até montar a necessária reserva de emergência. Assim, pouco a pouco é possível colocar todos os gastos em dia com facilidade e sem comprometer a renda familiar. A tranquilidade de dezembro pode (e deve) se estender para o ano seguinte!

A opinião e as informações contidas neste artigo são responsabilidade do autor, não refletindo, necessariamente, a visão da SpaceMoney.

Sair da versão mobile