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Consórcio é investimento? Saiba como funciona a modalidade e qual é a sua diferença para os fundos

O consórcio é formado por um grupo de pessoas que têm a mesma meta: adquirir um determinado tipo de bem

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Resumo da matéria:

• Os consórcios cresceram 21,5% em 2020 e movimentou R$ 163,63 bilhões

• A modalidade não pode ser considerada um investimento

• Não há pagamento de entrada para os consórcios, nem cobrança de juros

O ano de 2020 foi marcado pela crise sanitária da pandemia de Covid-19, que trouxe grande instabilidade econômica, e afetou os mercados ao redor do mundo inteiro. O setor de consórcios, no entanto, nadou de braçadas. 

Segundo a Abac (Associação Brasileira de Administradoras de Consórcios), a modalidade fechou o ano com crescimento de 21,5%, em comparação com 2019, e somou R$ 163,63 bilhões em negócios, somando as cotas ativas com o fechamento de 3,02 milhões de novos contratos.

Até dezembro, a entidade contabilizava 7,8 milhões de cotistas ativos. A maior parte está no setor de automóveis leves (3,8 milhões), seguido por motocicletas (2,2  milhões) e imóveis (1,04 milhão). Ao todo, o setor de consórcios injetou R$ 52 bilhões na economia brasileira ao longo do último ano, calcula a entidade.

A modalidade pode ser considerada, então, um investimento? A resposta é: não, por diversos fatores. Confira:

Como funciona o consórcio ?

O consórcio é formado por um grupo de pessoas – físicas ou jurídicas – que têm a mesma meta: adquirir um determinado tipo de bem. Todos se juntam nesse objetivo comum por meio de uma administradora autorizada pelo Banco Central e dividem o valor do bem em parcelas mensais, contemplando todo mês um ou mais participantes por sorteio, de acordo com as regras do consórcio. Ao final do prazo do contrato, todos os cotistas terão acesso à carta de crédito com o valor do bem corrigido. 

Quem não quer depender da sorte nem esperar o final do consórcio (que pode demorar uma década), pode antecipar a contemplação por meio de “lances”. Todo mês, à época do sorteio, é possível se propor a pagar uma porcentagem do saldo devedor. Se o seu lance for melhor do que o oferecido por outros participantes, a carta de crédito é liberada e você segue pagando as parcelas já usufruindo do crédito.

A vantagem da modalidade é a compra planejada e sem juros, diferentemente do financiamento. Porém, não existe almoço grátis: a instituição financeira cobra uma taxa para administrar o consórcio, que ao final do contrato pode representar mais de 20% do valor da carta de crédito. 

Ou seja: se você contratou um consórcio de imóvel no valor de R$ 100 mil, ao terminar de pagar terá acumulado R$ 120 mil, mas deixado R$ 20 mil com a administradora. Parece um bom investimento? 

O argumento das instituições financeiras é de que consórcio é, sim, um bom investimento, pelos seguintes motivos: 

• não há pagamento de entrada;
• não há cobrança de juros;
• o valor volta corrigido;
• você aumenta o seu patrimônio;
• estimula a sua educação financeira;
• possibilita a compra à vista do bem, o que permite a negociação para obter o melhor preço.

Há, ainda, aquelas que relacionam os consórcios com fundos de investimento, como se fossem produtos parecidos. 

Qual a diferença de consórcios e fundos, que são, de fato, investimentos?

Pela lógica, parecem produtos similares: conjuntos de pessoas físicas e jurídicas que se unem, por meio de uma administradora, em nome de um bem comum. Os fundos também não têm valor de entrada ou cobrança de juros, mas as coincidências param por aí.

Ao contrário do consórcio, o objetivo dos fundos de investimento é fazer aumentar o patrimônio em longo prazo, gerando rentabilidade para os cotistas. Ao contrário do consórcio, que você acumula mais do que recebe no final (por conta da taxa de administração), o objetivo dos fundos é que o cotista sempre saia com um patrimônio maior do que entrou.

Então, não existe taxa de administração em fundos de investimento? Sim, mas o objetivo da gestão do fundo é que a rentabilidade cubra esse custo e ainda traga retorno financeiro para o investidor. 

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