Copasa avança com novo aceno de Minas Gerais para privatização

Por Gabriel Codas

Investing.com – No início da tarde desta quarta-feira, as ações da Copasa (SA:CSMG3) são negociadas com importante valorização na bolsa paulista, acima da alta do Ibovespa hoje. A disparada no preço das ações ocorre depois que o governo de Minas Gerais anunciar na véspera que deu mais um passo no processo de venda da estatal mineira de saneamento.

Por meio de um fato relevante, a Copasa informou a seus acionistas e ao mercado em geral que o Governo Estadual está autorizado a realizar consulta “visando à contratação de serviços técnicos necessários à estruturação e implementação do processo de desestatização” da empresa.

Além disso, a estatal informou que será realizada a contratação um serviço de auditoria independente para acompanhar o trâmite da privatização, consulta que será realizada pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), que também visa a contratação de serviços técnicos.

A estimativa é que a venda da Copasa pode significar o fim da prestação de serviços para a Prefeitura de Belo Horizonte, que, atualmente, paga à estatal R$ 400 milhões por ano.

De acordo com o jornal O Estado de Mias, o contrato com a prefeitura da capital tem uma previsão de que, em caso de privatização, a concessão para fornecimento de água para a capital não seguirá para o comprador da empresa. Neste caso, o direito sobre os serviços de saneamento seguiria para o Município.

Visão dos analistas

Em relatório enviado a clientes, o UBS destaca que a venda da Copasa é possível, mas que não deverá acontecer no curto prazo. A equipe lembra que ainda é seria necessária a aprovação do marco regulatório do saneamento, além de mudança em legislação dentro do estado.

Os analistas avaliam que privatização a curto prazo é improvável devido à complexidade do processo, à falta de apoio em Minas Gerais e à aproximação das eleições municipais, que torna improvável a votação de medidas controversas.

Na visão do banco, a Copasa poderia ter um preço por ação de R$ 87 se fosse privatizada, alta de 55%. Na visão da equipe, a desestatização tornaria a companhia mais eficiente, com despesas controláveis e reduziriam a diferença entre o Ebitda e o nível regulatório. A recomendação atual é de compra com alvo em R$ 60.

BTG Pactual (SA:BPAC11) pergunta, deixando de lado todos esses desafios, quanto a Copasa poderia valer se fosse privatizada? Atualmente, os analistas do banco vêem a negociação em 0,87x EV/RAB. Assim, os analistas acreditam que uma Copasa privatizada pode valer 1,3-1,5x EV/RAB, ou um preço-alvo entre R$ 95 a R$ 114, oferecendo pelo menos 70% de aumento nos preços atuais. O estado de MG possui uma participação de 50,04% na Copasa, de modo que poderia arrecadar pelo menos R$ 6 bilhões com a venda. A Copasa oferece direitos de tag along (100%).

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