Selic

Copom define Selic a 2% ao ano, nova mínima histórica

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No final da tarde desta quarta-feira (05), o Copom (Comitê de Política Monetária) cortou a taxa básica de juros, a Selic, em 0,25% para 2% ao ano ano. O mínima histórica vem dentro das expectativas do mercado e já havia sido sinalizada na atas de reuniões anteriores. 

"Esse ciclo de cortes deve se encerrar em 2%, até que a conjuntura econonômica se modifique", afirma Fábio Astrauskas, economista e CEO da Siegen. "Neste ano, ficaremos abaixo da meta inflacionária, com a demanda bastante reduzida". 

O IPCA-15 de julho, prévia da inflação oficial, crescendo 0,3%, abaixo da meta estabelecida pelo Banco Central, deu espaço para a redução residual na Selic, afirma Étore Sanchez, economista-chefe da Ativa Investimentos. "No último trimestre, com as incertezas trazidas pela pandemia provavelmente menores, será possível avaliar se é hora de afrouxar novamente", diz. 

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No começo do ano que vem, pode começar a pesar o desequilíbrio das contas públicas, segundo Astrauskas. "Os debates da reforma tributária, por exemplo, ainda está muito crus", afirma. "E assim se alongam, prejudicando a visão de investidores em relação ao Brasil". 

O movimento mundial de redução das taxas de juros é uma tentativa das autoridades monetárias de estimular a economia, duramente afetada pela pandemia. "Além disso, seria necessário aprimorar o escoamento de crédito", defende Patrícia Krause, economista-chefe da Coface. "E não para os bancos, mas sim para pequenas empresas". 

O efeito Selic no dólar e nos investimentos

Apesar de impulsionar a fuga de capitais, com investimentos preferindo juros mais altos em outras economias, a queda da Selic pode não afetar significativamente o câmbio. "A taxa de juros nesse valor já foi precificada pelo mercado", aponta Étore Sanchez. "A comunicação das expectativas para economia, por exemplo, tem mais potencial de mexer com o dólar". 

Já quando falamos dos investimentos, a decisão de hoje corrobora com o "novo normal". O brasileiro sai da zona de conforto da renda fixa para o impulsionar a bolsa, além de outras aplicações mais sofisticadas. "Além disso, estamos sendo bombardeados, no bom sentido, por novas fintechs oferecendo um leque variado de alternativas de investimento", lembra Astrauskas.

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