Pouco depois das 19 horas desta quarta-feira (4), o Comitê de Política Monetária (Copom) confirmou o que o mercado já esperava: o aumento da taxa Selic para 12,75% a.a.
Segundo o Copom, o ambiente externo seguiu se deteriorando e as pressões inflacionárias decorrentes da pandemia se intensificaram com problemas de oferta advindos da nova onda de Covid-19 na China e da guerra na Ucrânia.
Em relação à atividade econômica brasileira, a inflação ao consumidor seguiu surpreendendo negativamente, pontuou o Comitê.
"Essa surpresa ocorreu tanto nos componentes mais voláteis como nos itens associados à inflação subjacente.
As diversas medidas de inflação subjacente apresentam-se acima do intervalo compatível com o cumprimento da meta para a inflação".
O Copom considera que, diante de suas projeções e do risco de desancoragem das expectativas para prazos mais longos, é apropriado que o ciclo de aperto monetário continue avançando significativamente em território ainda mais contracionista.
O Comitê enfatiza que irá perseverar em sua estratégia até que se consolide não apenas o processo de desinflação como também a ancoragem das expectativas em torno de suas metas.
Próxima reunião
Em seu comunicado, o Copom sinalizou que, para a próxima reunião, antevê como provável uma extensão do ciclo com um ajuste de menor magnitude.
"O Comitê nota que a elevada incerteza da atual conjuntura, além do estágio avançado do ciclo de ajuste e seus impactos ainda por serem observados, demandam cautela adicional em sua atuação. O Copom enfatiza que os passos futuros da política monetária poderão ser ajustados para assegurar a convergência da inflação para suas metas, e dependerão da evolução da atividade econômica, do balanço de riscos e das projeções e expectativas de inflação para o horizonte relevante da política monetária".