10º mês de alta

Crédito total deve crescer 1,3% em novembro, impulsionando expansão da carteira

Carteira Pessoa Física deve crescer 1,8% em novembro, com estimativa de alta também para o crédito livre. Carteira de PJ no segmento livre deve mostrar crescimento na faixa de 1,6%, beneficiada pelo período de compras do final do ano

- Marcello Casal Jr/Agência Brasil
- Marcello Casal Jr/Agência Brasil

O saldo total de crédito deve crescer 1,3% em novembro, registrando o 10º avanço mensal seguido, impulsionado pelo crédito livre, que segue em elevado ritmo de expansão, mesmo diante do recuo da atividade econômica e da alta da taxa Selic.

A elevada base de comparação deve fazer com que a carteira total mostre alguma desaceleração, de 16% para 15,2%, embora o saldo ainda continue em um patamar bastante elevado. As estimativas são resultado da Pesquisa Especial de Crédito da Febrabam, divulgada mensalmente como uma prévia da Nota de Política Monetária e Operações de Crédito do Banco Central.

As projeções são feitas com base em dados consolidados dos principais bancos do país, que representam de 39% a 89% do saldo total do Sistema Financeiro Nacional, dependendo da linha de crédito, além de outras variáveis macroeconômicas que impactam o mercado de crédito.

Segundo o diretor de Economia, Regulação Prudencial e Riscos da Febraban, Rubens Sardenberg, o destaque em novembro deverá ser novamente a carteira Pessoa Física, que deve crescer 1,8%, com estimativa de alta tanto nas carteiras de crédito livre (+1,9%) quanto de crédito direcionado (+1,6%).

“Além de seguir beneficiada pela reabertura das atividades e recuperação do mercado de trabalho, a carteira Pessoa Física livre deve contar com o impulso sazonal que ocorre no fim do ano, período de maior consumo das famílias, o que beneficia modalidades como cartão de crédito.

Crescimento similar deve ser observado na carteira de crédito direcionado (+1,6%), com o crédito rural liderando o ritmo de expansão da carteira no mês, que deve acelerar para 18,2%, o maior desde junho de 2015 (+19,1%)”, explica.

Já a carteira Pessoa Jurídica deve mostrar um crescimento mais moderado, de 0,7% em novembro. “A alta deve ser puxada pela carteira livre (+1,6%), beneficiada pelas compras de fim de ano, com impacto notável sobre descontos de duplicatas e recebíveis.

Na outra direção, a expectativa é de que a carteira direcionada mostre retração de 0,9% e continue exibindo uma desaceleração relevante”, destaca o diretor.

Concessões

A Pesquisa Especial de Crédito mostra, ainda, que o volume de concessões segue em elevado patamar histórico e deve apresentar crescimento de 7,4% em novembro, levando o ritmo de expansão acumulada em 12 meses para 16,6%, o maior desde o início da série (2011).

“O crescimento deve ser novamente puxado pelas operações com recursos livres (+8,2%), com desempenho positivo tanto na carteira PF quanto na carteira PJ. Além dos fatores que têm impulsionado as concessões nos meses anteriores, como o avanço da vacinação, reabertura dos estabelecimentos, recuperação do mercado de trabalho etc., o resultado de novembro já deve ser impactado pelos eventos de fim de ano, especialmente nas modalidades de consumo, como cartão de crédito (PF) e desconto de duplicatas e recebíveis (PJ)”, explica Sardenberg.

Em 12 meses, a variação acumulada das operações com recursos livres deve ganhar novo ímpeto, de 15,4% para 17,3%, com destaque para as operações destinadas às famílias, que devem acelerar para 21,1%, reforçando a liderança das operações PF para o crescimento do crédito no ano.

Ainda segundo o levantamento, as operações direcionadas devem seguir se acomodando, registrando uma expansão tímida no mês (+0,5%). Após chegar a quase 60% no 1º semestre, o ritmo de expansão acumulada em 12 meses deve recuar para 11,4%.

O resultado tem sido afetado pelo término dos programas emergenciais (PJ), enquanto as operações direcionadas PF seguem com bom ritmo de expansão (40%), lideradas pelos financiamentos imobiliários.

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