O presidente Jair Bolsonaro afirmou hoje que determinou que a Polícia Federal (PF) apure acusações de que o seu partido, o PSL, teria financiado candidaturas falsas de “laranjas”, com o envolvimento do próprio ex-presidente da agremiação, Gustavo Bebiano, hoje secretário-geral da Presidência. É a primeira crise em menos de dois meses de governo, e pode complicar a articulação política do Executivo no Congresso.
Segundo as denúncias, o partido teria destinado verbas para candidatas mulheres para cumprir as metas da Justiça Eleitoral, mas os recursos teriam sido desviados para outros candidatos. Em um dos casos, o PSL destinou R$ 400 mil, o terceiro maior valor da campanha, a uma candidata a deputada federal em Pernambuco que recebeu 274 votos e nem sequer teria feito campanha.
Bolsonaro desmente Bebiano
Bolsonaro desmentiu ainda declarações de Bebiano, que afirmou estar tudo bem entre ele e o presidente, alegando que teriam conversado três vezes ontem, quando as denúncias levantadas pelo jornal Folha de S.Paulo começaram a repercutir.
Em sua rede social, o filho do presidente, Carlos Bolsonaro, divulgou um áudio do pai dizendo a Bebiano que não queria falar com ele. O áudio foi depois publicado no Tweeter do próprio Bolsonaro. Em entrevista à TV Record, Bolsonaro afirmou que, se for comprovado o envolvimento de Bebiano nas irregularidades, o ministro deverá “voltar às suas origens”.
Bolsonaro afirmou ainda que deu “carta branca” ao ministro da Justiça, Sérgio Moro, para cuidar das investigações. E afirmou que “o partido tem de ter consciência”. “Não são todos, é uma minoria do partido que está aí nesse tipo de operação que nós não podemos concordar”.
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