Emergência

Crise hídrica: racionamento atingiria fortemente papéis das companhias elétricas na Bolsa, diz Ativa

Empresas mais preponderantes para a geração hidrelétrica seriam as mais afetadas num cenário mais drástico como o racionamento

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Nesta quinta-feira (27), o Governo Federal anunciou a emissão de um alerta de emergência hídrica para o período de junho a setembro. Caso as medidas restritivas cheguem a ponto de ocasionar um racionamento, as ações de empresas geradoras de energia sofrerão fortes impactos, de acordo com Ilan Arbetman, analista de Research da Ativa Investimentos.

O alerta envolve os estados de Minas Gerais, Goiás, Mato Grosso do Sul, São Paulo e Paraná, todos estão na bacia do Rio Paraná.

O especialista afirma que a adoção dessas medidas afetaria ainda mais empresas como Cesp, AES Brasil, Engie e Eletrobras, pela atuação mais preponderante para a geração hidrelétrica.

“Companhias que, além de gerar também distribuem energia, mas que apresentam relevante grau de dependência, como Copel, Energias do Brasil e CPFL também poderiam ser fortemente afetadas com a ocorrência de um cenário de cauda”, avalia.

Para o analista, empresas de transmissão como Taesa e Isa Cteep "apresentariam os menores impactos, por possuírem contratos de longo prazo corrigidos por índices inflacionários".

Já nas companhias que operam em maior grau de distribuição, como Equatorial, Energisa, Cemig e Light, "os impactos oriundos de uma possível diminuição na demanda poderiam ser grandes, enfatiza o analista, mas ligeiramente menores em comparação às empresas dependentes de geração".

Menos impacto
Arbetman projeta que as empresas de transmissão como Taesa e Isa Cteep sentiriam reflexos mais brandos do racionamento, por possuírem contratos de longo prazo corrigidos por índices inflacionários.

"A ocorrência de eventos extremos possivelmente se desdobraria em revisões baixistas quanto à capacidade de produção e geração de valor de outros setores, atingindo as correntes expectativas quanto a capacidade de produção de riqueza nacional", avalia.

As empresas devem "evitar a ocorrência de maiores interferências no processo de recuperação econômica e optar por medidas paliativas" antes de tomar medidas mais drásticas, segundo Arbetman, "como a maior adição de termelétricas, importação de energia ou até mesmo a aplicação de medidas tarifárias, como a consolidação de bandeira vermelha", conclui.

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