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CVC sobe mais de 8%, lidera ganhos do Ibov e aprova aumento de capital

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As ações da operadora de turismo e viagens CVC Brasil (SA:CVCB3) lideram os ganhos do Ibovespa hoje nos primeiros negócios desta sexta-feira na bolsa brasileira, abrindo a possibilidade de reverter as perdas dessa semana. O conselho de administração da companhia aprovou na véspera aumento de capital que pode chegar a R$ 703 milhões, com subscrição privada a R$ 12,84 por ação, de acordo com fato relevante da operadora de turismo.

Por volta das 13h10, os papéis da CVC disparavam 8,55% a R$ 20,95, enquanto o Ibovespa tinha alta de 0,45%, a 99.622 pontos.

O forte avanço de hoje reverte as perdas semanais para as ações da companhia de viagem. Até a sessão de ontem, a CVC acumulava perdas de 2,08%. O salto em quase 10% hoje leva a ação a acumular alta de 7,66% na semana, que foi marcada por forte volatilidade do preço do ativo.

Aumento de capital

A CVC vai aumentar o capital em R$ 703 milhões, ou R$ 12,84 por ação. O valor representa um desconto de 33,5% em relação à cotação de fechamento do papel da véspera, de 19,30 reais.

A operação prevê emissão de 15.576.324 ações no mínimo e 23.500.000 papéis, no máximo, e contempla uma potencial emissão de até 31.255.000 ações adicionais como bônus de subscrição.

Os acionistas terão direito de preferência para subscrever ações na proporção de 0,1574298678 nova ação ordinária para cada 1 ação de que forem titulares, conforme a posição acionária que possuírem no dia 14 de julho. O bônus, por sua vez, dará ao seu titular o direito de subscrever 1,33 ação.

Se incluído o bônus de subscrição, os acionistas que não participarem do aumento poderão ter suas respectivas participações diluídas entre 23,87% e 26,83%. Os recursos, segundo a CVC Brasil, serão destinados ao fortalecimento de sua posição de caixa para viabilizar a retomada das vendas a crédito e parceladas, que compõem aproximadamente 85% do total das suas vendas.

Também ajudará a preparar a empresa para um cenário de curto prazo ainda marcado por grande volatilidade e incerteza em razão da pandemia de Covid-19, acrescentou.

Semana volátil com aumento de previsão de perda contábil

A empresa prevê perdas de R$ 756 milhões durante o primeiro semestre do ano, causadas pela pandemia da Covid-19, de acordo com fato relevante divulgado na quarta-feira.

Os dados reforçam o cenário negativo pelo qual a companhia passa, acumulando a falência da Avianca Brasil, a valorização do dólar e o vazamento de óleo no Nordeste.

De acordo com a operadora de turismo, as perdas estimadas incluem uma baixa contábil de R$ 475 milhões, referentes a intangíveis originados na aquisição de empresas, e de R$ 81 milhões, relativa a créditos de tributos acumulados; R$ 96 milhões em cancelamentos e reembolsos de viagens até 30 de junho.

A CVC também considera não recuperável R$ 13 milhões referentes a serviços contratados e não realizados; gastos de R$ 3 milhões em operações de repatriação; perdas de R$ 72 milhões com inadimplência e R$ 16 milhões em outros itens.

A companhia reportou ainda que, do total de perdas com a pandemia, somente R$ 104 milhões devem ter efeito no caixa no decorrer de 2020. Assim, a baixa contábil e as perdas com reembolsos não têm efeito no caixa, disse a CVC em nota.

A operadora destaca ainda as possíveis perdas futuras com passagens já pagas, para o caso de alguma companhia aérea deixe de operar ou transferir os bilhetes. A CVC possui um saldo de R$ 380 milhões com empresas aéreas de bilhetes aéreos já pagos.

 

Por Leandro Manzoni, da Investing.com, com contribuição de Reuters e Gabriel Codas

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