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Debêntures, FDICs, crowdfunding e mais: veja diferentes maneiras de investir em dívidas de empresas

Veja como você pode fazer empréstimos para instituições que pagam juros para poderem utilizar o seu dinheiro dentro de um período determinado

- Agência Brasil
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Entre os investimentos de renda fixa, há várias opções, da tradicional poupança aos mais alternativos, como o crowdfunding. O que todos eles têm em comum? São empréstimos que você faz para instituições, que pagam juros para poderem utilizar o seu dinheiro por um período determinado. 

A divisão principal na renda fixa ocorre entre títulos emitidos pelo governo, como o Tesouro Direto, e aqueles baseados em dívidas do setor privado – tanto instituições financeiras quanto empresas de segmentos como indústria, agronegócio e mercado imobiliário.

Os títulos privados, em geral, oferecem rentabilidade superior aos públicos, isso porque o risco também é proporcionalmente mais alto. Confira as diferenças, vantagens (e desvantagens) de cada um.

Títulos privados ou de crédito?

Essa é uma divisão que causa muitas dúvidas nos investidores.

Os títulos privados, como CDBs (Certificados de Depósito Bancário), são emitidos por instituições financeiras (como bancos) e, por isso, mais seguros que os títulos de crédito privado.

Essa categoria, na qual se encontram as debêntures, além de modelos alternativos, como o crowdfunding de investimento, são títulos de dívidas das próprias empresas e, por isso, trazem mais riscos para os investidores.

Porém, como no mercado financeiro o risco é proporcional ao nível de retorno, criar uma estratégia que contemple esses diferentes tipos de ativos pode trazer uma rentabilidade média superior com risco baixo.

Há, ainda, fundos de investimento que investem seu patrimônio em “direitos creditórios”, isto é, diferentes tipos de dívidas.

Saiba mais sobre cada um dos investimentos que você pode fazer em dívidas de empresas:

Debêntures

Se uma empresa possui dívidas ou não detém os recursos necessários para captar e financiar seus projetos, uma opção é emitir debêntures. 

Quem investe nessa categoria “empresta dinheiro” diretamente para a companhia e recebem juros, que podem ser prefixados, pós-fixados ou híbridos ao final de um prazo determinado. 

Entre as vantagens dessa modalidade estão um dos melhores rendimentos na categoria de renda fixa e, na classe de debêntures que são incentivadas, há ainda isenção no Imposto de Renda (IR).

Uma desvantagem é que esse tipo de ativo não conta com proteção do Fundo Garantidor de Crédito (FGC).

As debêntures podem ser de quatro tipos:

Simples – Debênture simples, ou não conversível, tem rendimento prefixado, pós-fixado ou híbrido, com pagamento de juros, conforme a escritura de emissão. O investimento não pode ser convertido em ações da companhia e tem o prazo mínimo de um ano;

Conversíveis – Oferece a possibilidade de o investidor transformar o crédito a receber em ações da companhia;

Permutáveis – Nesse caso, o investidor pode trocar o título por ações de uma companhia que não seja a própria emissora da dívida;

Incentivadas – Contam com isenção fiscal, ou seja, o investidor não precisa pagar Imposto de Renda sobre a rentabilidade. Recebem esse nome porque os recursos obtidos com elas destinam-se ao desenvolvimento da infraestrutura brasileira, com base na Lei 12.431/11.

Rentabilidade das debêntures:

A rentabilidade desta modalidade também se diferencia pelos seguintes fatores:

Juros prefixados – Aqui ocorre o pagamento de um percentual de juros anuais definidos antes da compra, ou seja, o investidor sabe o rendimento no momento da aplicação.

Juros pós-fixados –  Têm um rendimento que não pode ser previsto na hora do investimento. Por ser atrelada a um indexador – em geral, CDI (Certificado de Depósito Interbancário – índice utilizado para empréstimo entre bancos) ou Taxa Selic -, a correção da rentabilidade dependerá da flutuação desses índices.

Juros híbridos – Têm características presentes nos títulos prefixados e pós-fixados. Estão atrelados ao Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), mas ainda contam com uma taxa fixa de juros, que varia conforme o título.

CDBs

Os CDBs (Certificados de Depósitos Bancários) são uma opção de investimento em renda fixa oferecida pelas instituições bancárias para captar recursos e têm rendimentos superiores à poupança. 

Entretanto, o quanto eles irão render, ou seja, sua taxa de rendimento, depende de alguns fatores, como a instituição financeira que oferece o certificado, o prazo de vencimento, o montante mínimo etc.

Seu rendimento, assim como as debêntures, pode ser calculado também por três tipos diferentes: juros prefixadosjuros pós-fixados — geralmente atrelado ao CDI — ou juros híbridos.

Crowdfunding de investimento

Essa modalidade surgiu como uma das mais populares soluções na última década para ONGs, artistas e profissionais liberais que buscavam financiar seus projetos e causas sem dependerem dos cofres públicos.

Devido ao crescente volume de negócios, há quatro anos a Comissão de Valores Mobiliários (CVM) passou a regular os investimentos em crowdfunding.

Segundo a autarquia, existem dois tipos principais de crowdfunding: “debt crowdfunding” (investimento em dívida) e “equity crowdfunding” (em que o investidor se torna um “sócio” da empresa).

Assim, as companhias podem formar uma base de investidores para se desenvolver e expandir negócios. No modelo “debt”, os investidores assumem um papel de credor e — da mesma forma que nas debêntures — emprestam seus recursos em troca de uma remuneração na forma de juros.

Por se tratar de empresas que estão no início de vida ou com modelos de negócio inovadores, o crowdfunding é uma opção mais arriscada de investimento, mas que tornou-se atrativa justamente por oferecer alta rentabilidade.

Porém, recomenda-se que o crowdfunding ocupe uma pequena parcela da carteira de investimentos, mesmo daquelas de perfil agressivo.

FIDCs

Os Fundos de Investimento em Direitos Creditórios (FIDCs) são aqueles que destinam, ao menos, 50% do patrimônio em títulos que representam valores que empresas têm a receber, como parcelas de cartão de crédito, aluguéis, dívidas de clientes e até cheques.

Em suma, são dívidas que são convertidas em títulos através de um processo chamado securitização.

Nesse sentido, trata-se de um investimento em renda fixa, pois o investidor já sabe quanto vai receber ao vencimento da aplicação, a partir das taxas já acordadas. 

Os FIDCs costumam ter rentabilidade bastante atraente, superior à do Tesouro Direto e dos CDBs, por exemplo. Geralmente, essa modalidade está indexada ao CDI. Entretanto, não conta com a proteção do Fundo Garantidor de Crédito (FGC).

Existem dois tipos de fundos de investimento em direitos critérios:

Abertos – Permitem resgate de cotas a qualquer momento, ou seja, há liquidez.

Fechados –  Possibilita resgate apenas após o prazo determinado. Até lá, não há liquidez.

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