Destaques: acordo entre EUA e China e alta do petróleo

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Por Geoffrey Smith 

Investing.com – O presidente Donald Trump contradiz seu assessor comercial mais linha dura em relação à China, dizendo que o acordo comercial EUA-China ainda está “totalmente intacto”. Em seguida, Peter Navarro retirou seus comentários à Fox de que o acordo “acabou”. 

Os índices de gerentes de compras (PMI, na sigla em inglês) na Europa apontam para uma estabilização melhor do que o esperado após a pandemia, e o mesmo índice será publicado mais tarde com pesquisa sobre os EUA. Há também dados sobre vendas de imóveis novos e pesquisas da Redbook Research e do Richmond Fed. 

As ações devem abrir em alta, mas pode haver um ponto de interrogação sobre a Tesla (NASDAQ:TSLA) após um acidente fatal na Alemanha que pode ter envolvido seu piloto automático, enquanto os preços do petróleo atingiram o maior nível desde 3 de março, devido à crescente confiança nas perspectivas da demanda. 

Aqui está o que você precisa saber nos mercados financeiros na quarta-feira, 23 de junho.

1. O acordo comercial chinês não está morto, está descansando

O acordo comercial dos EUA com a China está se desgastando. O consultor de comércio Peter Navarro disse à Fox News na segunda-feira que o acordo “havia terminado”, em uma conversa em que havia mencionado anteriormente que os chineses recuavam em promessas de compra de produtos agrícolas dos EUA e que haveria uma deterioração geral nas relações EUA-China nos últimos meses devido à pandemia de Covid-19 e à situação em Hong Kong.

O presidente Donald Trump respondeu via Twitter que “o Acordo Comercial com a China está totalmente intacto. Espero que eles continuem a cumprir os termos do Contrato!”

O acordo, assinado em janeiro, foi um pretexto para suspender as tarifas de bilhões de dólares em importações chinesas, numa medida que parecia ter como objetivo poupar ainda mais os consumidores dos EUA em um ano eleitoral.

2. PMIs da Europa apontam para recuperação mais forte do que o esperado

Há novas evidências de que a economia da Europa está se estabilizando após a forte queda na produção devido a medidas de bloqueio em março e abril.

O índice de atividade de gerentes de compras da HIS Markit para a zona do euro se recuperou para 47,5 em junho, ante 31,9 em maio, refletindo um grande aumento nas expectativas de produção e na confiança dos negócios. Os índices da França e do Reino Unido chegaram a superar a linha de 50, o que normalmente indica crescimento.

No entanto, o número total da zona do euro indica que a economia ainda está se contraindo, mas a um ritmo mais lento. Assim, é mais um reflexo de que a recuperação não será em forma de V.

Isso não impediu que os mercados de ações europeus subissem à máxima de duas semanas: o DAX da Alemanha subiu 2,5% e o Stoxx 600, 1,5%.

3. Ações devem abrir em alta

As ações dos EUA devem abrir em alta após a intervenção do presidente Trump na questão do acordo comercial com a China. Independentemente de o governo achar ou não que a China esteja cumprindo seus compromissos, a reação positiva ao tuíte de Trump sugere que o mercado está feliz porque ele ainda não está cobrando Pequim pelo aparente retrocesso no acordo.

Às 8h39 (horário de Brasília), o Dow Jones 30 Futuros subia 257 pontos, ou 1%, enquanto o contrato S&P 500 Futuros subia 0,8% e o Nasdaq 100 futuros, 0,7%.

O foco mais tarde será a T-Mobile, tendo como pano de fundo a decisão do Softbank de vender sua participação na empresa após a fusão com a Sprint, uma empresa do portfólio do Softbank (OTC:SFTBY). As ações da Tesla também podem atrair atenção após outro acidente fatal na Alemanha, que levantou suspeitas de que seu software de piloto automático pode ter funcionado mal.

4. PMI dos EUA, vendas de imóveis, pesquisa do Fed de Richmond

Após os fortes números europeus, a IHS Markit também publicará o PMI para os EUA às 10h45. Embora a pesquisa não seja tão aguardada quanto a do Institute of Supply Management, as duas raramente são conflitantes.

Além disso, haverá uma atualização do setor de varejo da Redbook Research às 9h55 e os números de maio para novas vendas de casas às 11h. Esta última será lançada ao mesmo tempo que a pesquisa regional de negócios do Fed de Richmond.

5. Petróleo atinge o maior nível desde 3 de março com PMIs; API observado

Os preços do petróleo atingiram seu nível mais alto em mais de três meses e meio depois que as notícias da China e dos PMIs europeus tranquilizaram os traders sobre a trajetória futura da demanda global.

Às 8h39, os contratos futuros de petróleo dos EUA subiam 1,9%, para US$ 41,52 por barril, apenas um pouco abaixo da máxima intradiária de US$ 41,56, que foi a marca mais alta desde 3 de março. O benchmark global Brent subia 1,8%, para US$ 43,88 por barril.

O American Petroleum Institute divulgará sua estimativa semanal dos estoques de petróleo dos EUA às 17h30.

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