Por Geoffrey Smith
Investing.com – A Apple (NASDAQ:AAPL) alerta para um impacto nas vendas devido à propagação do vírus Covid-19 – nome oficial do novo coronavírus -, aumentando a cautela nos mercados globais.
A China diz que permitirá isenções de tarifas em algumas importações provenientes dos EUA, enquanto luta para apoiar sua economia.
O Walmart reportou vendas no quarto trimestre abaixo das expectativas.
Além do alerta da Apple (NASDAQ:AAPL), a cautela se intensifica entre os investidores com dados econômicos fracos da Alemanha e do Reino Unido e números sombrios do HSBC. O mais estranho é a Itália, onde há um frenesi de fusão bancária.
Ademais, Jeff Bezos anunciou um fundo de US$ 10 bilhões para combater as mudanças climáticas, respondendo parcialmente a perguntas sobre por que ele está vendendo tanta ação da Amazon (NASDAQ:AMZN) recentemente.
Aqui está o que você precisa saber nos mercados financeiros na terça-feira, 18 de fevereiro.
1. Coronavírus atinge Apple (NASDAQ:AAPL)
A Apple (NASDAQ:AAPL) alertou que não atingiria sua meta de faturamento para o trimestre atual devido ao surto de Covid-19. A empresa citou menores vendas na própria China, que representam cerca de 20% das vendas do iPhone, e restrições de produção em sua cadeia de suprimentos.
A restrição prolongada de viagens e a quarentena significam que as fábricas da China estão funcionando com cerca de metade de sua capacidade atualmente, de acordo com vários relatórios, mesmo que os dados oficiais chineses continuem mostrando uma desaceleração na incidência de novas infecções e mortes.
O alerta de que não vai bater sua meta de receita no trimestre não levou a Apple (NASDAQ:AAPL) a atualizar seu guidance de faturamento entre US$ 63 bilhões e US$ 67 bilhões, o que reflete um alto grau de incerteza que assustou os mercados globais na terça-feira.
2. China renuncia a tarifas enquanto Pelosi derruba Huawei
A China disse que permitiria que as empresas solicitassem isenções de tarifas em uma ampla gama de importações dos EUA, incluindo produtos agrícolas como carne de porco, soja e carne bovina, bem como importações de energia, como petróleo bruto e gás natural liquefeito.
As medidas, que vão além do que a China concordou em seu acordo comercial de Fase 1 com os EUA, parecem ter o objetivo de controlar os preços de alimentos e energia em um momento em que milhões de trabalhadores chineses precisam aceitar cheques de pagamento reduzidos devido a interrupções relacionadas ao Covid-19.
O anúncio ocorreu poucas horas depois que a presidente da Câmara dos Representantes dos EUA, a democrata Nancy Pelosi, falou sobre o alcance da hostilidade dos EUA à crescente influência da China nas telecomunicações, dizendo a repórteres: “Se deixássemos a Huawei ter o domínio da estrada da informação, seria como colocar a polícia no bolso de toda pessoa que use aquela rodovia”
3. Ações devem abrir em baixa; 4ºtri decepcionante do Walmart
Notícias Relacionadas
Os mercados de ações dos EUA devem reabrir após o fim de semana de feriado muito mais baixos, à medida que o alerta da Apple (NASDAQ:AAPL) reverbera nos mercados globais. As decepcionantes vendas do Walmart no trimestre de férias estão aumentando o pessimismo.
As bolsas de valores chinesas haviam fechado em baixa, com o índice A Shares com as principais empresas chinesas perdendo 1,1% e o CSI 300, índice com empresas relacionadas à tecnologia, cedendo 0,5%. A maioria dos mercados europeus seguiu a queda chinesa. Às 09h15, o índice de referência Stoxx 600 caía 0,55% em 429,54.
Em Wall Street, o contrato futuro do Dow 30 tinha perdas de 185 pontos, ou 0,63%, enquanto o contrato futuro do S&P 500 caía 0,51% e o contrato Nasdaq 100 perdia 0,77%.
Outros mercados também estavam em risco: o rendimento dos títulos de 30 anos do Tesouro dos EUA caía abaixo de 2% e os futuros de ouro subiram 0,24%, para US$ 1.590,35 a onça. Os contratos futuros de petróleo WTI caíram 1,83% a US$ 51,37 nos EUA e o Brent perdia 2,06 a US$ 56,48.
O tom não foi ajudado por um índice de sentimentos do ZEW mais fraco do que o esperado na Alemanha e uma queda no crescimento médio dos ganhos no Reino Unido.
4. O setor bancário da Europa está em movimento – mas não na mesma direção.
O HSBC disse que cortaria 15% de sua força de trabalho e assumiria US$ 7,2 bilhões em custos de reestruturação após o lucro cair 53% em 2019. As ações do HSBC caíram 6,1% em Londres, para o mínimo de duas semanas.
O HSBC disse que vai diminuir seu banco de investimentos – especialmente nos EUA – para se concentrar em atividades mais lucrativas. Outra fonte de preocupação é que o banco ainda não encontrou um CEO permanente para substituir John Flint.
Já os bancos italianos enfrentaram uma onda de especulações de fusões depois que a Intesa Sanpaolo (MI:ISP), maior credor nacional do país, fez uma oferta de ações no valor de 4,9 bilhões de euros (US$ 5,3 bilhões) pelo rival menor UBI Banca .
As ações da Intesa subiram 2,6%, enquanto as da UBI subiram 23%. Outras ações levantadas pela especulação incluíram ações do Banco Bpm (+ 7,2%) e Mediobanca (+ 2,0%).
Especialistas acreditam que o movimento da Intesa seria para dificultar uma medida do governo italiano de pressioná-la a assumir o problemático banco Monte dei Paschi di Siena (+ 3,4%).
5. Bezos lança fundo de US$ 10 bilhões para combater as mudanças climáticas
O fundador da Amazon.com (NASDAQ:AMZN), Jeff Bezos, disse que criaria um fundo filantrópico de US$ 10 bilhões para combater os efeitos das mudanças climáticas.
O ‘Fundo da Terra de Bezos’, como será conhecido, apoiará cientistas, ativistas, organizações não-governamentais e qualquer outro esforço que “ofereça uma possibilidade real de ajudar a preservar e proteger o mundo natural” e será separado dos investimentos comerciais de Bezos. O novo fundo será focado no financiamento do desenvolvimento de novas tecnologias experimentais de energia.
Bezos havia vendido mais de US$ 4 bilhões em ações da Amazon (NASDAQ:AMZN) nas últimas duas semanas, de acordo com os registros da SEC, algo que foi muito além do financiamento para seu projeto de foguete Blue Origin, que ele já havia dito anteriormente que financiava US$ 1 bilhão por ano.
