Destaques: possível acordo do G20 e recuperação "difícil" para os EUA

Por Noreen Burke

Investing.com – Os preços do petróleo estão sem direção depois que os principais países produtores finalmente concordaram com os cortes históricos na produção, mas temores de um excesso de oferta continuam pesando com prosseguimento de medidas de isolamento social para conter avanço da pandemia de coronavírus, assim prejudicando as perspectivas de demanda.

Os futuros dos EUA operam em baixa à medida que os traders se preparam para o início da temporada de balanços do primeiro trimestre.

O presidente do Federal Reserve de Minneapolis, Neel Kashkari, alertou que a recuperação econômica dos EUA será um “caminho longo e difícil”.

É relatado que os países do G20 estão se aproximando de um acordo de dívida para os países mais pobres para ajudá-los na crise. Enquanto isso, os mercados financeiros da Europa estão fechados para o feriado da Páscoa.

Aqui está o que você precisa saber para começar o seu dia.

1. Preços do petróleo sem direção após acordo de corte histórico na produção

Os preços do petróleo estão mistos em uma sessão volátil após um acordo histórico da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) e aliados liderados pela Rússia. O acordo prevê redução em 9,7 milhões de barris por dia (bpd) da produção petrolífera em maio e junho – igual a quase 10% da oferta global , após quatro dias de conversas iniciadas na última quinta-feira (09)..

Os futuros de petróleo bruto do WTI dos EUA tinham leve queda de 0,22%, a US$ 22,71 por barril, às 08h54, com a mínima intradiária de  US$ 22,05 atingida no início do dia, e máxima de US$ 24,59. Enquanto os futuros de Brent caíam 0,44%, para US$ 31,34 por barril, com a mínima em US$ 30,63 e máxima em US$ 33,25.

O corte pode ser quatro vezes maior que o recorde anterior estabelecido em 2008, mas ainda é insuficiente pela queda na demanda de quase 30 milhões de bpd em abril, já prevista por analistas como o Goldman Sachs.

Os preços do petróleo entraram em colapso quando a epidemia de coronavírus travou as economias em todo o mundo, dizimando a demanda de combustível e a Arábia Saudita e a Rússia inundaram o mercado em uma guerra de preços e participação de mercado.

2. Futuros dos EUA apontam para abertura em baixa

As ações dos EUA devem abrir em baixa à medida que os traders se preparam para o início de uma temporada de ganhos marcada por uma incerteza sem precedentes sobre a gravidade do impacto sobre os lucros das empresas em meio a amplas medidas destinadas a conter a propagação da pandemia de coronavírus.

Às 08h56 (horário de Brasília), o contrato futuro do Dow Jones 30 caiu 128,5 pontos, ou 0,57%, para 23.906 pontos. O contrato futuro do S&P 500 perdia 0,53% e o contrato futuro Nasdaq 100 cedia 0,41%.

Os seis maiores bancos dos EUA, incluindo o JPMorgan Chase, o Bank of America e o Goldman Sachs devem divulgar balanço do primeiro trimestre esta semana. Eles tendem a ser vistos como mensageiros da economia em geral por causa de sua posição central no sistema financeiro.

3. G20 se aproxima de acordo de dívida para países mais pobres, diz FT

O G20 planeja oferecer aos países mais pobres e endividados o congelamento do pagamento de dívidas soberanas, como parte do plano para evitar uma crise de dívida nos mercados emergentes, informou o Financial Times na segunda-feira.

O plano, que deve ser finalizado em uma reunião no final desta semana, deve congelar os pagamentos de dívidas soberanas por seis ou nove meses, ou possivelmente até 2021, informou o jornal.

Isso ocorre depois que o Fundo Monetário Internacional e o Banco Mundial apelaram no mês passado por assistência urgente de dívida para os países mais pobres, para evitar uma cascata de inadimplência nas economias emergentes, algumas das quais também foram duramente afetadas por uma queda nos preços do petróleo.

4. A recuperação econômica dos EUA será um “caminho longo e difícil”

A recuperação econômica dos EUA provavelmente será um “caminho longo e difícil”, no qual algumas partes da economia serão periodicamente fechadas e reiniciadas, alertou o presidente do Fed de Minneapolis, Neel Kashkari.

“Poderíamos ter essas ondas de surto, controle, surto e controle até que realmente recebamos terapia ou vacina”, disse Kashkari no domingo.

Os comentários de Kashkari vieram em meio a sinais do presidente Donald Trump de que ele deseja reabrir a economia o mais rápido possível.

Mas especialistas em saúde pública alertaram que o número de mortos nos EUA poderá subir para 200.000 no verão, ante 21.300 no domingo, se as ordens de ficar em casa forem retiradas quando expirarem no final do mês.

5. Atualização do coronavírus

Os EUA, a Itália e a França viram uma queda nas mortes por Covid-19 nas últimas 24 horas, com a Itália – o país mais atingido da Europa – relatando seu menor número em mais de três semanas.

O número de mortes em hospitais no Reino Unido já passou de 10.000 e um consultor científico do governo disse que o país corre o risco de se tornar o mais atingido na Europa.

Os casos confirmados nos EUA subiram para mais de 555.000 na segunda-feira, mais do que em qualquer outro país do mundo. Os EUA também registraram mais mortes do que qualquer outro país, pelo menos 22.064 na segunda-feira, com os maiores números até agora no estado de Nova York.

A Coréia do Sul planeja enviar kits para até 600.000 testes de coronavírus para os EUA na terça-feira, após um apelo do presidente Trump.

— Com contribuição da Reuters

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