Por Gabriel Codas
Investing.com – A atual crise provocada pelo coronavírus fez com que o governo sepultasse qualquer tentativa de privatizar a Eletrobras neste ano. No entanto, o cenário atual deve ajudar para que a estatal seja vendida no próximo ano, como forma de redução do déficit nas contas públicas, que explodiu com a necessidade de injeção de liquidez na economia brasileira. As informações são da edição desta quinta-feira do jornal Valor Econômico.
Desta forma, por volta das 16h55, as ações ON (SA:ELET3) somavam 6,04% a R$ 25,44, enquanto as PNB (SA:ELET6) subiam 4,16% a R$ 28,07. A alta dos papéis da estatal contrasta com a queda do Ibovespa agora, após ficar no campo positivo até o início da tarde desta quinta-feira. O principal índice brasileiro registrava queda de 0,66% a 78.108 pontos, com máxima em 80,4 mil pontos.
A publicação traz a estimativa do governo é que o déficit primário do setor público pode alcançar R$ 500 bilhões neste ano. Com isso, o jornal ouviu a economista, ex-diretora de desestatização do BNDES e ex-integrantes do conselho de administração da Eletrobras, Elena Landau, que entende que o atual de privatização da elétrica, elaborado pelo governo Temer e mantido por Bolsonaro, foi feito para garantir a sobrevivência da elétrica.
A tendência é que seja utilizado o modelo de oferta subsequente, em que a União teria sua participação reduzida para menos da metade, criando uma empresa sem controlador definido. No entanto, o plano tem como principal objeção colocar um terço do parque gerador do país nas mãos de um grupo privado. Para evitar isso, uma possibilidade é vender separadamente as subsidiárias regionais da Eletrobras. A questão é que é justamente a gestão da empresa, presidida por Wilson Ferreira Junior, a maior defensora da capitalização da Eletrobras.