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Emprego nos EUA cresce menos e juros caem; dados devem influenciar mercado brasileiro, que “implora” corte da Selic

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A criação de empregos nos Estados Unidos em maio foi mais fraca do que o esperado, com 75 mil novas vagas, bem menos que as 185 mil esperadas pelos analistas. Os dados mais amplos do “payroll” divulgados hoje de manhã pelo Departamento do Trabalho dos EUA confirmaram os da consultoria privada ADP, que na quarta-feira já havia mostrado baixa criação de empregos no setor privado.

Já o desemprego segue em 3,6%, a menor taxa em 46 anos. O governo também reviu para baixo os números de abril, de criação de 263 mil empregos para 224 mil, e de março, de 189 mil para 153 mil.

Atividade mais fraca

Os números despertam preocupação com o ritmo de atividade nos EUA, que pode estar sendo afetado pela guerra comercial com a China e os ataques do presidente Donald Trump a empresas importantes de tecnologia chinesa. Há também as disputas comerciais com Europa e, mais recentemente, com o México. E há também o esgotamento dos incentivos dados pelo corte de impostos promovido por Trump longo no início do governo. No exterior, há o desaquecimento estrutural da China e as dificuldades da Europa em retomar o crescimento, agravadas pela saída do Reino Unido da União Europeia e pelos ruídos políticos em alguns países.

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Juros caem nos EUA e podem afetar mercados emergentes

A reação dos mercados diante de números fracos de emprego foi reduzir ainda mais os juros, diante da perspectiva de que o Federal Reserve (Fed, banco central americano) poderá reduzir as taxas ainda este ano. O papel do Tesouro dos EUA de 10 anos, que pagava 2,13% na abertura, caiu para 2,06%. Esse título é o principal referencial para os empréstimos feitos por países emergentes e suas empresas.

Já os mercados futuros nos EUA apontam para alta da bolsa, diante da perspectiva de que os juros beneficie os ativos de risco. O Índice Dow Jones Futuro sobe ligeiramente, também avaliando o impacto de uma economia mais fraca sobre o desempenho das empresas. O Dow tinha alta de 0,24% e o Standard & Poor’s, 0,37%.

Mercado implora corte de juros

Os dados de emprego devem ajudar a melhorar a situação dos mercados aqui, especialmente nos juros, avalia Pablo Stipanicic Spyer, diretor da Mirae Corretora. Ontem já saíram notícias boas para os mercados, com a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) de permitir a venda de subsidiárias de estatais sem autorização do Legislativo. E hoje o IPCA, indicador oficial de inflação, saiu hoje com alta abaixo do esperado, 0,13%, ante 0,20% projetados pelo mercado. “Agora, o gran finale, o payroll confirmou os números do ADP e veio bem abaixo, o que deve reduzir a aversão ao risco e aumentando a procura por ativos de risco de países emergentes”, afirma Spyer. “Ou seja, juro deve cair, dólar deve cair e bolsa subir.”.

Os juros já vinham caindo com força hoje devido ao STF e ao IPCA e devem cair ainda mais com o emprego nos EUA. “O juro está afundando e o mercado implora ao Banco Central um corte de juros ainda este ano”, resume Spyer.

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