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Eneva e AES Tietê encerram negociações e não irão se fundir

Por Gabriel Codas

Investing.com – Na noite de ontem, a Eneva (SA:ENEV3) divulgou comunicado ao mercado informando que encerrou as tratativas com a AES Tietê sobre uma proposta de combinação dos negócios das companhias avaliada em R$ 6,6 bilhões.

O fim das negociações vem após o conselho da AES Tietê ter rejeitado a oferta e sua controladora, a norte-americana AES afirmar que a operação envolvendo a empresa não poderia ser implementada sem seu aval, uma vez que possui a maior parte das ações com direito a voto na elétrica.

A Eneva esperava que sua oferta pudesse ser submetida a apreciação de todos os acionistas da AES Tietê em assembleia.

“No entendimento da Eneva a operação não deveria seguir, nesse momento, em meio a um provável embate acerca dos direitos dos acionistas preferenciais da AES Tietê e os interesses do acionista controlador daquela companhia”, disse a Eneva.

Na visão da Eneva, o posicionamento da AES sobre a oferta descumpriria o estatuto da AES Tietê e o regulamento de listagem da empresa no nível 2 de governança corporativa da bolsa B3.

A AES havia defendido, em carta divulgada pela AES Tietê na segunda-feira, que “está claro para nós que a combinação de negócios proposta não pode ser implementada sem a aprovação da maioria dos titulares de ações ordinárias da companhia”.

A AES Tietê, apesar de ter rejeitado a fusão, havia deixado a porta aberta para a apresentação de uma nova oferta pela Eneva, sinalizando que poderia avaliar uma proposta maior e envolvendo pagamento em dinheiro.

A Eneva propôs inicialmente um negócio envolvendo 2,75 bilhões de reais em dinheiro e o restante em ações.

“Mesmo disposto a viabilizar possíveis alternativas para melhorar ainda mais os termos econômicos da proposta para os acionistas da AES Tietê em uma negociação que finalmente se anunciava, informamos que em reunião realizada nesta data o conselho de administração da Eneva decidiu encerrar as tratativas em torno da proposta”, diz o comunicado da Eneva, da noite de terça-feira.

A empresa acrescentou que “seguirá trabalhando na geração de valor para seus acionistas” e “sempre atenta a futuras novas oportunidades de combinação de negócios”.

Se viabilizada, a operação criaria uma gigante do setor de geração no Brasil, ao unir ativos termelétricos a carvão e gás da Eneva a um parque de usinas hidrelétricas, eólicas e solares da empresa da AES, focada em renováveis.

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