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FECHAMENTO: Trump ameaça tarifa e derruba mercados; petróleo sobe com Irã

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Investing.com – A derrubada dos principais índices acionários começou no domingo após o presidente dos EUA Donald Trump anunciar, pelo Twitter, o aumento de taxa sobre US$ 200 bilhões em produtos chineses a partir de sexta-feira. É uma reviravolta sobre a expectativa de um desfecho positivo para o conflito comercial entre EUA e China, alimentado inclusive por próprio Trump na última sexta-feira apontando para um acordo “monumental e histórico” com os chineses.

O Ibovespa seguiu o exterior e fechou em queda de 1,04% a 95.008,66, após boa parte do pregão ficar abaixo dos 95 mil pontos. A diminuição das perdas é resultando de menores perdas das ações da Petrobras (SA:PETR4), que foram favorecidas pelo aumento do volátil petróleo na sessão desta segunda-feira. O dólar subiu 0,52% a R$ 3,9582, chegando a ficar acima de R$ 3,97.

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Exterior

Os ursos predominaram no mundo inteiro com a ameaça tarifária do tuiteiro presidente americano, obrigando os investidores a buscarem ativos de refúgio. Para se ter uma ideia, o Índice VIX, que mensura a volatilidade do mercado, subiu 19,97%, após ficar acima de 25% durante a manhã.

Na Ásia, as bolsas chinesas despencaram mais de 5%, maior baixa desde fevereiro de 2016. A melhora do Índice de Gerentes de Compras (PMI, na sigla em inglês) do setor de serviços não animou os touros a contrabalançar o efeito baixista no preço dos ativos provocado por Trump.

O PMI de serviços do Caixin/Markit subiu a 54,5, nível mais alto desde janeiro de 2018 e ante 54,4 em março. A marca de 50 separa crescimento de contração. No entanto, o PMI Composto do Caixin caiu a 52,7 em abril de 52,9 um mês antes, pressionado pela desaceleração da expansão na atividade industrial.

Na Europa, o cenário de queda generalizada das bolsas não foi diferente, mas reforçada com um PMI abaixo do consenso. O Euro Stoxx 600, que reúne as principais ações do continente, fechou em queda de 0,88%, pior patamar em um mês meio. Ações de fabricantes de automóveis e seus fornecedores, geralmente sensíveis às ações comerciais entre os Estados Unidos e a China, caiu 2,1%, liderando os declínios generalizados entre os subsetores do STOXX 600.

Nos EUA, os três principais índices de Nova York chegaram cair mais de 1% logo na abertura da sessão, mas diminuiu as perdas ao longo do dia. Dow Jones perdeu 0,25%, S&P 500 cedeu 0,45% enquanto Nasdaq caiu 0,50%.

Trump reforça imprevisibilidade

As novas tarifas devem entrar em vigor a partir desta sexta (10), prazo em que negociadores americanos vão apresentar um parecer à Casa Branca sobre a viabilidade ou não de um acordo, o que dificulta o entendimento da medida de Trump. Após os americanos iniciarem a guerra comercial no ano passado, taxando produtos chineses em 10% – com reação chinesa sobre commodities americanas -, havia uma trégua entre os dois países desde a reunião do G-20 em Buenos Aires no fim de novembro e início de dezembro, estabelecendo o começo das negociações de alto nível, com rodadas em Pequim e Washington.

Participam destas negociações do lado americano o secretário do Tesouro Steve Mnuchin e Robert Lightzier, representante do comércio. Os chineses são representados pelo vice-ministro Liu He. Os dois lados sinalizavam avanços nas negociações desde então, inclusive o tuiteiro presidente americano. Os chineses prometeram aumento da compra de automóveis, aviões, soja e petróleo dos americanos. O maior ponto de atrito, entretanto, era o respeito chinês às regras de propriedade intelectual e transferência de tecnologia, pontos que são a base do desenvolvimento econômico chinês.

Nesta semana haverá nova rodada de negociações em Washington. Após anúncio de Trump, havia a cogitação da desistência chinesa, mas o governo da China disse que uma delegação está se preparando a ir a Washington. Não se sabe se ela será liderada por Liu He. Resta saber se a decisão de Trump foi uma pressão sobre os chineses para fechar logo um acordo ou foi uma antecipação a um fracasso nas negociações.

Brasil: “regra de ouro” é novo testa para governo no Congresso

Conforme temores levantados ainda no primeiro semestre de 2018, há possibilidade de o governo ir em julho ao mercado se financiar para cumprir suas obrigações de gastos correntes, o que viola à regra de ouro, na qual o governo não pode financiar via emissão de títulos seus gastos correntes. Como havia a probabilidade de a regra ser desrespeitada, estava na previsão da Lei Orçamentária Anual a abertura de um crédito suplementar de R$ 248 bilhões para financiar gastos previdenciários e subsídios.

A matéria ainda não foi votada no Congresso Nacional, o que reside o perigo para um governo com dificuldade em constituir uma base no Congresso para que seus projetos sejam aprovados. Caso não haja a votação, o governo pode fazer a emissão para financiar os gastos, mas corre o risco de cometer crime de responsabilidade, inclusive com a possibilidade de abertura de processo de impeachment contra o presidente Jair Bolsonaro. Por outro lado, o governo pode não honrar com suas obrigações, realizando contingenciamento ou até deixar de pagá-las.

A probabilidade de violação da regra de ouro se soma às incertezas em relação ao trâmite da reforma da Previdência, especialmente com a economia projetada para 10 anos. Na proposta original, o Palácio do Planalto estima uma economia de R$ 1,2 trilhão, mas estimativas do mercado apontam para uma reforma aprovada que prevê economia entre R$ 500 bilhões e R$ 800 bilhões. A boa notícia é que nesta terça-feira se inicia os trabalhos da Comissão Especial, com o relator e presidente projetando entregar o parecer e aprovação do texto no início de junho, para que a votação no plenário da Câmara seja realizada antes do recesso parlamentar de julho.

Petróleo

A commodity também sofreu com desdobramentos do tuíte avassalador do presidente americano. Tanto o petróleo WTI, negociado em Nova York, como o Brent, referência mundial cotado em Londres, chegaram a cair 2% na manhã desta segunda-feira.

Por outro lado, especulação de que o Irã possa atacar interesses dos EUA no Golfo Pérsico adicionou risco geopolítico para a commodity. Reforça a preocupação dos investidores a retomada parcial do programa nuclear pelo país dos aiatolás. Por isso, o WTI subiu 1,10% a US$ 62,62, enquanto o Brent teve ganhos de 0,92% a US$ 71,50.

A elevação do petróleo no mercado internacional contribuiu para que as ações da Petrobras diminuíssem perdas ao longo da sessão. A PETR3 (SA:PETR3) fechou em baixa de apenas 0,07% a R$ 29,54, enquanto a PETR4 encerrou o dia em queda de 0,30% a R$ 26,77.

Ações

As preferenciais do Bradesco (SA:BBDC4) caíram 2,70% a R$ 34,99, enquanto as ordinários perderam 3,25% a R$ 30,70, maiores quedas do Ibovespa. Apesar de o papel do banco seguir a queda do principal índice acionário brasileiro, a companhia anunciou nesta segunda-feira sua primeira aquisição internacional ao comprar por cerca de US$ 500 milhões o norte-americano BAC Florida Bank, focado em indivíduos abastados, em uma estratégia para reduzir a distância que o separa de rivais brasileiros.

– Magazine Luiza (SA:MGLU3) subiu 2,02%, uma das maiores do Ibovespa na sessão. Os investidores negociaram o papel sob expectativa do resultado da empresa, anunciado após o fechamento do mercado.

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