Um assunto mais que batido dos últimos dias, mas que não posso deixar de comentar: o vídeo mostrado exaustivamente pelo G1 das estudantes etaristas de Bauru fazendo comentários preconceituosos sobre a caloura quarentona. As falas das ´meninas´ eram de uma maldade e demonstravam um preconceito muito raiz, chocante.
Todos se sensibilizaram, inclusive a faculdade onde estudam foi quase obrigada a emitir uma nota de repúdio mais ou menos. Quero chamar a atenção para os últimos comentários que fizeram, estes diziam que uma pessoa de 40 anos não deveria estar na faculdade e sim aposentada. Será??!
Outra pergunta que surge: – o que tem a ver o preconceito das mocinhas com a economia brasileira?
A longevidade populacional é uma realidade incontestável. A OMS tem dados significativos mostrando que a expectativa de vida global dobrou no século XX e vai aumentar mais ainda nesse século.
A economia sênior está em ascensão, considerado pela ONU uma das quatro megatendências do século 21, segundo a ONU: o envelhecimento da população que seguem muito mais ativas, produtivas e dispostas a consumir pensamento empresarial sobre a melhor forma de servir um grupo de consumidores, trabalhadores e inovadores que está crescendo e ficando mais rico a cada dia que passa.
Essa faixa social que não existia antes, trata-se de uma novidade demográfica, São pessoas com muita vitalidade, com 50, 60, 70 ou 80 anos, como é seu costume que estão lançando uma idade que ainda NÃO TEM NOME. Uma classe consumidora forte em decorrência da melhora na qualidade de vida e mudança cultural.
Consomem e muito e não e só saúde. Viajam, investem, namoram, empreendem, seguem trabalhando e voltam para a faculdade, começam cursos que não puderam fazer quando jovens ou estão nos mestrados e pós-graduações.
Oceano prateado de oportunidades
A senioridade está proporcionando o surgimento de novos modelos de negócios adequados às necessidades desse público. No Brasil, essa população já movimenta R$ 1,6 trilhão por ano e representa quase 37 milhões de pessoas. E o consumo dessa geração cresce três vezes mais rápido em comparação com o dos mais jovens. E, para completar, têm mais dinheiro e um patrimônio muito maior do que o das outras gerações
As pesquisas mostram que 18 milhões de aparelhos celulares estão nas mãos dos sêniores em busca de experiências e autonomia tecnológicas. Eles estão causando uma revolução comportamental, estrutural e econômica. Tem vitalidade, dinheiro e procuram experiências que os satisfaçam.
Apesar de ser um mercado com crescimento exponencial, a oferta não corresponde a demanda. Os sêniores se queixam de que não existem produtos e serviços adequados para eles. Já está preparado para atender esse mercado trilionário?
Em entrevista recente, Robert Chess, Professor da Cadeira de Economia da Longevidade de Stanford, destacou:
– Considerando o tamanho do mercado e a taxa de crescimento dessa oportunidade prateada, é surpreendente e quase uma má prática de negócio que tantas empresas ainda não estejam focadas nisso. O consumidor acima de 50 anos já está transformando totalmente setores como viagens, mobilidade, casas inteligentes, saúde dentre outros. As companhias (pequenas ou grandes) que não reconhecerem isso serão abandonadas.
Para finalizar, é preciso ainda evitar estereótipos tão comuns em abordagens direcionadas aos 50+. Empresas que pretendem lucrar com o mercado prateado devem concentrar-se mais no estágio de vida do potencial cliente do que na idade. Além disso, ter um pensamento multigeracional faz toda a diferença.
A opinião e as informações contidas neste artigo são responsabilidade do autor, não refletindo, necessariamente, a visão da SpaceMoney.