Por Geoffrey Smith e Ana Beatriz Bartolo, da Investing.com – Os mercados de títulos continuam em dificuldades após a virada agressiva do BCE na quinta-feira e as surpreendentes revisões dos dados de emprego dos EUA na sexta-feira.
As ações também devem abrir em baixa, mas a Peloton (NASDAQ:PTON) contraria a tendência, após relatórios sugerirem que tanto a Amazon (NASDAQ:AMZN) quanto a Nike (NYSE:NKE) analisam licitações para a empresa.
O chanceler alemão Olaf Scholz visita Washington enquanto o Ocidente luta por uma linha unificada para enfrentar as ameaças da Rússia à Ucrânia, enquanto os preços do petróleo mal saem da fervura e diplomatas se preparam para retomar as negociações sobre o levantamento das sanções ao Irã.
Os preços dos combustíveis no Brasil ainda causam drama em Brasília.
Aqui está o que você precisa saber nos mercados financeiros na segunda-feira, 7 de fevereiro:
1. Os rendimentos dos títulos continuam subindo
Os mercados de títulos em todo o mundo permaneceram sob pressão após os dados de emprego nos EUA de sexta-feira, que mostraram que o mercado de trabalho estava muito mais forte nos últimos três meses do que o inicialmente esperado.
Isso reforçou as expectativas de que o Federal Reserve possa aumentar as taxas de juros em 50 pontos-base em sua reunião de março, em vez de apenas os 25 pontos-base que ainda são o consenso.
Os títulos do Tesouro dos EUA se estabilizaram nas faixas da sexta-feira, mas na Europa, os rendimentos continuam a subir – e os spreads entre os mercados centrais e periféricos da zona do euro continuam a aumentar – após a reunião do Banco Central Europeu na quinta-feira, quando a presidente do BCE, Christine Lagarde, recusou para descartar um aumento da taxa de juros este ano. Lagarde fala no Parlamento da UE às 11h45.
O chefe do banco central holandês Klaas Knot, um "falcão" notável, disse em uma entrevista no fim de semana que espera uma alta antes do final do ano. Os rendimentos dos títulos do governo italiano de 10 anos subiram 11 pontos base, enquanto seus equivalentes gregos subiram 22 pontos-base.
O rendimento alemão de referência de 10 anos subiu 3 pontos base para 0,24%, o maior em três anos.
2. PEC dos Combustíveis
O Ministro da Economia, Paulo Guedes, segue na sua cruzada para fazer com que o presidente Jair Bolsonaro (PL) desista da PEC dos Combustíveis.
A medida foi apresentada na semana passada sob a orientação da Casa Civil e permite a redução ou a eliminação de tributos federais ou estaduais sobre o combustível.
A contraproposta de Guedes seria restringir esse benefício ao diesel e ao biodiesel, para assim ajudar na redução da inflação e fazer um afago aos caminhoneiros, grupo que faz parte da base de apoio do presidente.
A equipe econômica também insiste que a proposta seja tramitada como um projeto de lei e não um PEC.
O impacto fiscal seria entre R$ 54 bilhões e R$ 75 bilhões, o que preocupa Guedes.
Bolsonaro, porém, defendeu durante o fim de semana de que é preciso “pensar no povo, não no Estado”, ao comentar a possível perda de arrecadação causada pela PEC.
3. Ações devem abrir em baixa devido a preocupações com taxas; Tyson e Hasbro relatam ganhos
As ações dos EUA devem abrir em baixa novamente na segunda-feira, tendo tido um dia misto na sexta-feira em resposta ao relatório do mercado de trabalho.
Às 08h50, os futuros da Nasdaq 100 caíam 0,11%, enquanto os da S&P 500 e da Dow Jones recuavam 0,18% e 0,22%, respectivamente.
O foco provavelmente estará nos resultados trimestrais, onde Tyson Foods (NYSE:TSN), Loews, Hasbro e ON Semiconductor devem ser reportados.
Também estará em foco o Alibaba (NYSE:BABA), em meio a relatos de uma possível venda de ações pelo Softbank (T:9984) chegando.
Ainda no noticiário corporativo, a Amazon e a Nike consideram uma oferta pela Peloton Interactive, de acordo com vários relatórios no fim de semana.
As ações responderam com alta de 22% nas negociações de pré-mercado.
A fabricante de equipamentos de fitness conectados entrou em cena depois de perder mais de 80% de seu valor desde o pico no final de 2020, devido a perdas cada vez maiores que a forçaram a abandonar seu nicho como fabricante de hardware de ponta e buscar uma base mais ampla de clientes.
No entanto, qualquer aquisição por um nome de Big Tech provavelmente provocaria um interesse substancial dos reguladores antitruste, que parecem menos inclinados a aceitar a expansão implacável da Big Tech.
4. Scholz em Washington, Macron em Moscou
O chanceler alemão Olaf Scholz visita o presidente dos EUA, Joe Biden, na tentativa de resolver um pacote de sanções no caso de uma invasão russa da Ucrânia.
Fontes dos EUA informaram novamente no fim de semana que esse cenário é provável, apesar das insistências russas contrárias.
Vários relatórios sugerem que os EUA e seus aliados europeus estão lutando para encontrar alternativas ao fornecimento de gás natural russo, o que lhes daria a vantagem de recusar fluxos através do gasoduto Nord Stream 2, que atualmente aguarda a aprovação final dos reguladores alemães.
A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, disse na segunda-feira que os preços do gás na Europa provavelmente permanecerão altos por algum tempo.
Enquanto isso, o presidente francês Emmanuel Macron visita seu colega russo em Moscou. Putin recebeu um endosso de sua posição sobre a Ucrânia do presidente chinês Xi Jinping quando visitou Pequim na semana passada.
5. Petróleo ainda borbulhando apesar das notícias do Irã
Os preços do petróleo bruto continuam sendo negociados bem acima de US$ 90, apesar do complexo de energia do Texas não ter feito grandes interrupções devido à tempestade de inverno no final da semana passada.
Houve apenas um pequeno alívio com as notícias de que as negociações sobre o levantamento das sanções ao Irã serão retomadas na terça-feira.
Às 08h55, os futuros de petróleo nos EUA caíam 0,84%, a US$ 91,53, enquanto os de Brent recuavam 0,32%, a US$ 92,97.