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Projeto de lei norte-americano Build Back Better, lockdown na Áustria, precatórios, fim do auxílio emergencial, falas do Fed e mais

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- Marcello Casal Jr/Agência Brasil

Por Geoffrey Smith e Jessica Bahia Melo, da Investing.com – A Câmara dos Estados Unidos deve aprovar o projeto de lei de gastos "Construir Melhor" dos democratas.

Um importante membro do Federal Reserve se torna mais agressivo, e coloca os holofotes nos discursos de mais dois membros importantes.

A Europa começa a entrar em lockdown novamente à medida que os casos da Covid-19 fogem do controle na Alemanha e na Europa Central, o que leva os preços do petróleo a níveis mínimos de sete semanas.

No Brasil, termina nesta sexta o auxílio emergencial, enquanto representantes do Senado e do governo discutem concessões para mudanças na PEC dos Precatórios, que viabiliza aumento de valor no Auxílio Brasil.

Aqui está o que você precisa saber sobre os mercados financeiros na sexta-feira, 19 de novembro:

1. Projeto de lei de despesas em votação na Câmara dos EUA

A Câmara deve votar na sexta-feira (19) o Build Back Better, um pacote reduzido, mas ainda extenso, de medidas destinadas a expandir o estado de bem-estar social e acelerar a transição energética.

O projeto de lei, que inclui provisões para vagas universais para a pré-escola, limites para os custos de creches para famílias mais pobres e de renda média, a redução dos preços dos medicamentos prescritos e a expansão dos créditos fiscais para reduzir as emissões de carbono, vem com um preço de etiqueta de pouco menos de US$ 2 trilhões.

Embora grande parte dos gastos sejam cobertos por impostos mais altos sobre empresas e indivíduos mais ricos, o Escritório de Orçamento do Congresso considerou que, ainda assim, aumentará o déficit orçamentário durante o período.

2. A Europa em novo lockdown derruba euro

A Áustria se tornou o primeiro país europeu a anunciar um bloqueio total, em um esforço para conter uma taxa de infecção crescente. O país alpino havia imposto no início desta semana restrições apenas a pessoas não vacinadas, mas o aumento de infecções continuou mesmo depois disso.

Mais preocupante para a economia europeia, o ministro da saúde da Alemanha, Jens Spahn, disse que a maior economia do continente não poderia descartar fazer o mesmo.

Com taxas de infecção de cerca de 30% acima do recorde anterior, os governos federal e estadual aprovaram um novo conjunto de medidas na quinta-feira que também terá como alvo os não vacinados.

A notícia desencadeou uma forte, mas breve, liquidação das ações europeias.

O euro também caiu abaixo de US$ 1,13 para testar a mínima de 16 meses estabelecida no início da semana, depois que a presidente do BCE, Christine Lagarde, novamente rejeitou a necessidade de reagir a um aumento na inflação.

A inflação dos preços ao produtor alemão atingiu 18,4% em outubro, em grande parte devido ao aumento dos preços do gás e da eletricidade.

3. Concessões nos precatórios e fim do auxílio emergencial no Brasil

O relator da PEC dos Precatórios, que foi aprovada na Câmara e seguiu para apreciação no Senado, estuda o fatiamento da proposta.

Para facilitar um acordo, o também líder do governo no Senado, Fernando Bezerra Coelho (MDB-PE), afirmou que não há espaço para reajustes de servidores públicos e apontou que o possível fatiamento seria para viabilizar o pagamento do valor total prometido do Auxílio Brasil, de R$ 400, ainda em dezembro.

O executivo discute tornar o Auxílio Brasil com o valor de R$ 400 permanente – tendo em vista que ele substitui o Bolsa Família.

Até o momento, as negociações no Senado indicam que o governo vai ter que aceitar alterações para tornar a aprovação mais ágil. Uma eventual mudança para um programa definitivo pode ser votada em uma nova proposta.

A PEC permite o adiamento de dívidas da União reconhecidas pela justiça, o que ampliaria em quase R$ 100 bilhões a margem para gastos em 2022. De acordo com o ministro da Economia, Paulo Guedes, neste ano, o déficit primário ficará abaixo de R$ 100 bilhões.

Enquanto há incertezas ainda sobre o Auxílio Brasil, após dezessete meses, termina hoje o Auxílio Emergencial, criado para amenizar os impactos da pandemia de Covid-19.

O programa de transferência de renda repassou cerca de R$ 359 bilhões de 2020 a 2021. Ao fim da medida, 22 milhões de pessoas devem ficar sem benefício social.

4. Ações dos EUA devem abrir mistas

Os mercados de ações dos EUA devem abrir sem direção definida mais tarde, com os cíclicos apresentando desempenho inferior em resposta às notícias de bloqueio da Europa.

Os Fututos do Nasdaq 100 apresentavam crescimento de 0,3% às 8h47, em 16.531 pontos. Os futuros do Dow caíram 180 pontos, ou 0,5%, enquanto os futuros do S&P 500 caíram 0,22%.

As ações que provavelmente estarão em foco mais tarde incluem Apple (NASDAQ:AAPL) (SA:AAPL34), após uma matéria da Bloomberg na quinta-feira alegar que a companhia pretendia construir um carro totalmente autônomo até 2025, e Activision Blizzard (NASDAQ:ATVI) (SA:ATVI34), com uma petição pedindo a demissão do veterano CEO Bobby Kotick foi assinada por mais de 1.000 funcionários.

As ações das companhias aéreas e de cruzeiros provavelmente sofrerão pressão com as notícias da Europa. Foot Locker Inc (NYSE:FL) informa o balanço trimestral.

5. Clarida e Waller do Fed devem falar depois que Williams se tornar hawkish

Com que rapidez o Federal Reserve está se tornando hawkish? O mercado ficará sabendo mais depois que o vice-presidente Richard Clarida e Christopher Waller terminarem de falar.

Clarida, em particular, está na extremidade dovish do espectro de opinião do Fed, portanto, qualquer sinal de maior preocupação com as pressões de preços cada vez mais evidentes na economia pode ser tomado como um sinal de que o Fed pode acelerar o ritmo em que se extingue suas compras de ativos.

Os presidentes regionais do Fed James Bullard e Raphael Bostic repetiram os apelos familiares para aumentos das taxas de juros em 2022 nesta semana, mas um acontecimento mais interessante veio na quinta-feira, quando um dos principais membros do Fed, o presidente do Fed de Nova York, John Williams, alertou que sobre os aumentos de preços e que o Fed não quer que as expectativas de inflação de longo prazo aumentem muito mais.

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