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Fique por dentro das principais notícias dos mercados desta sexta-feira (26)

Aqui está o que você precisa saber sobre os mercados financeiros hoje

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- Marcello Casal Jr/Agência Brasil

Por Geoffrey Smith e Ana Beatriz Bartolo, da Investing.com – Ativos de risco ao redor do mundo despencam depois que a África do Sul identificou uma nova cepa do coronavírus, que parece ter eliminado a variante delta nas regiões onde estava localizado.

A OMS realizará uma reunião de emergência para determinar se isso representa uma variante "preocupante".

Ações, moedas de mercados emergentes e petróleo estão entre as classes de ativos mais atingidas.

A notícia coloca uma sombra extra sobre a Black Friday deste ano.

A prévia da inflação de novembro no Brasil veio acima do esperado.

Aqui está o que você precisa saber sobre os mercados financeiros na sexta-feira, 26 de novembro:

1. Nova cepa Covid-19 identificada

As autoridades de saúde na África do Sul identificaram uma nova cepa do vírus Covid-19, gerando temores de que ele possa evitar as defesas da atual geração de vacinas.

A nova cepa, conhecida como 1.1.529, rapidamente se tornou a dominante nas regiões da África do Sul onde foi identificada.

A Organização Mundial de Saúde (OMS) convocou uma reunião de emergência para esta sexta-feira para discutir se a cepa constitui uma preocupação. Nesse caso, receberá o nome da letra grega ‘nu’.

Já foram identificadas incidências da cepa em Hong Kong, em ambos os casos em pacientes que haviam viajado recentemente para o sul da África.

Ainda não está claro se a doença é mais perigosa para os humanos do que a variante Delta. No entanto, o surgimento de uma nova cepa em um momento em que os casos já estão em níveis recordes na Europa provavelmente aumentará o risco de restrições mais longas e severas.

2. Os mercados despencam com o medo de uma nova onda de bloqueio

Os ativos de risco em todo o mundo receberam as notícias mal, com os índices de ações europeus caindo mais de 4% em alguns casos, antes de se estabilizar um pouco.

Nas ações, o padrão familiar de negociação pandêmica se reafirmou rapidamente, com as ações de viagens e hospitalidade tendo pior desempenho e as ações de saúde e comércio eletrônico apresentando desempenho superior.

No câmbio estrangeiro, moedas portos, como o iene e o franco suíço, tiveram desempenho superior, enquanto o dólar subiu em relação às moedas de commodities e à libra esterlina, o que foi forçada mais uma reavaliação acentuada do risco da taxa de juros.

O petróleo bruto também estava em seu pior dia desde julho em resposta aos temores reavivados de que as restrições de mobilidade atingirão um mercado de viagens aéreas em recuperação provisória e talvez de viagens locais também.

A recuperação nas viagens aéreas é um componente-chave nas previsões de crescimento para 2022, representando a única grande parte da demanda de petróleo que ainda está claramente abaixo dos níveis de 2019.

A União Europeia e o Reino Unido já suspenderam os voos vindos da África do Sul, enquanto a proibição do Reino Unido se estende a um punhado de países da África Austral.

Às 09h09, os futuros de petróleo nos EUA caíam 6,24%, a US$ 73,50 o barril, enquanto os de Brent recuavam 5,58% a US$ 77,63.

3. Mercado americano de ações

Os mercados de ações dos EUA devem abrir em forte baixa mais tarde, com a baixa liquidez exacerbando o tamanho dos movimentos.

Todas as ações relacionadas a viagens devem abrir sob pressão, com a Boeing (NYSE:BA) caindo 6,4% no pré-mercado, as ações da AirBNB caindo 6,9% e as da Marriott 7,2%.

As ações das companhias aéreas e de cruzeiros estão, inevitavelmente, se saindo pior, caindo entre 7% e 12%.

Às 09h04, os futuros de Dow Jones caíam 2,25%, enquanto os da S&P 500 e da Nasdaq 100 recuavam 1,77% e 1,04%, respectivamente.

A notícia também cabe às ações do setor financeiro, ao reduzir as chances de uma alta antecipada das taxas de juros pelo Federal Reserve. A notícia ajuda apenas as ações da Zoom Video e Peloton (NASDAQ:PTON).

4. Inflação no Brasil

O IPCA-15 de novembro, divulgado ontem, 25, pelo IBGE, apresentou um avanço de 1,17%, essa é a maior alta para o mês desde 2002. A inflação acumulada nos 12 meses é de 10,73%, o maior patamar desde fevereiro de 2016.

Segundo os especialistas consultados pelo jornal O Globo, esses resultados devem fazer com que o Banco Central acelere a alta nos juros em 1,5 p.p. ou em 2 p.p. para conter as expectativas de inflação em 2022.

O centro da meta para o próximo ano é de 3,5%, com teto de 5%. A próxima reunião do Copom está prevista para os dias 7 e 8 de dezembro.

Já no noticiário corporativo, o Inter aprovou a transferência da sua listagem da bolsa de valores brasileira B3 (SA:B3SA3) para a Nasdaq, nos Estados Unidos.

O banco já havia recebido autorização da Comissão de Valores Mobiliários (CVM) para a mudança. Agora, os acionistas podem escolher entre receber R$ 45,84 por unit ou fazer a troca pelas BDRs que podem ser convertidas em ações Classe A negociadas na Nasdaq.

5. Sucesso em potencial da Black Friday

A nova cepa da Covid-19 lançou outra sombra sobre o que já ameaçava ser outra Black Friday moderada para os varejistas, talvez fazendo as pessoas pensarem duas vezes antes de esgotar ainda mais o saldo de caixa.

Com muitas lojas fechadas na quinta-feira e outras relutantes em encorajar multidões de compradores a fazer as malas nas lojas, não está certo como o próximo fim de semana de vendas irá se comportar em relação aos anteriores.

Vários varejistas, especialmente de moda, viram seus estoques despencarem após alertar sobre a escassez de estoque e restrições da cadeia de suprimentos em seus ganhos trimestrais de setembro / outubro, e o Wall Street Journal citou dados da Adobe (NASDAQ: ADBE) na sexta-feira, sugerindo que as mensagens digitais 'esgotadas' aumentaram mais de 260% em relação aos níveis de dois anos atrás.

A Black Friday chega este ano em um momento em que o crescimento das vendas no varejo mostra sinais de fadiga, após meses em que os consumidores dos EUA esgotaram as economias induzidas pela pandemia.

Os gastos pessoais ainda permaneceram fortes em outubro, porém, subindo 1,3% no mês, seu maior aumento mensal desde março.

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