Por Geoffrey Smith e Ana Beatriz Bartolo, da Investing.com – A China afrouxa política monetária à medida que o setor financeiro do país se prepara para um anúncio oficial de reestruturação da dívida de Evergrande, a maior e mais endividada incorporadora imobiliária do país.
As ações americanas devem abrir mistas, após a liquidação na sexta-feira, em resposta ao relatório do mercado de trabalho.
A Kohls está sob pressão para se vender.
A variante Ômicron do Covid-19 continua a se espalhar, mas pode ser menos perigosa do que a Delta.
Os preços do petróleo se firmam quando a Arábia Saudita aumenta seus preços oficiais de venda em janeiro.
O mercado brasileiro está de olho na reunião do Copom que acontece esta semana.
Aqui está o que você precisa saber sobre os mercados financeiros na segunda-feira, 6 de dezembro:
1. China abranda com Evergrande à beira do calote
O banco central da China afrouxou a política monetária, com o objetivo de evitar a instabilidade financeira causada pela provável inadimplência da incorporadora imobiliária Evergrande..
A Evergrande alertou na sexta-feira que está pensando em talvez reestruturar seus títulos em dólar, dizendo que "não havia garantia" de que seria capaz de continuar a cumprir suas obrigações financeiras.
O período de carência de 30 dias para dois títulos em dólares nos quais Evergrande não pagou no mês passado expira na segunda-feira.
O Banco Popular da China reduzirá o valor que os bancos devem manter na reserva em 0,5%, para uma média ponderada de cerca de 8,4% dos passivos elegíveis.
Essa é uma flexibilização ampla das condições monetárias que vai liberar cerca de 1,2 trilhão de yuans (US$ 188 bilhões) em liquidez para o sistema bancário.
As ações chinesas subiram com o boato e foram vendidas com o fato da mudança. O CSI 300 caiu 0,2%, mas o índice Hang Seng de Hong Kong caiu 1,7%. O yuan caiu em relação ao dólar, mas ainda está sendo negociado perto de sua maior alta em três anos.
2. Política monetária brasileira
Esta semana acontece a última reunião do ano do Comitê de Política Monetária (Copom). A expectativa do mercado é que a Taxa Selic suba 1,5 ponto percentual, para 9,25% ao ano.
A tendência de alta deve ser mantida para 2022, mas não há um consenso no mercado se o ritmo de crescimento deve ser mantido.
Um levantamento feito pelo Valor Econômico mostra que a expectativa é de uma Selic a 11,75% para o próximo ano.
Parte dos entrevistados acreditam que o Copom deve apresentar uma postura mais dura para controlar a inflação, enquanto outro grupo espera atitudes mais cautelosas no começo de 2022, avaliando a fragilidade econômica do país.
O Produto Interno Bruto (PIB) do terceiro trimestre, divulgado na semana passada, mostrou uma queda de 0,1% na atividade econômica brasileira.
Essa foi a segunda queda trimestral consecutiva, o que coloca o país em recessão técnica.
Já o Índice de Preços ao Consumidor Amplo-15 (IPCA-15) apontou uma inflação prévia de 1,17% em novembro, a maior para o mês desde 2002.
O IPCA que mede a inflação oficial será conhecido na sexta-feira, 10.
3. O Bitcoin trava
O mercado cripto caiu da cama com um baque no fim de semana, no que parecia ser uma reação às fortes sugestões do Federal Reserve na semana passada de que iria acelerar o ritmo de aperto da política monetária no próximo ano.
O Bitcoin caiu até 20% na sessão noturna entre sexta e sábado. Em seu ponto mais baixo no sábado, o Bitcoin caiu quase 40% em relação ao pico de um mês atrás.
Outras moedas também foram inevitavelmente arrastadas para baixo, com Ethereum sendo o único desempenho superior entre os principais nomes.
Caiu apenas 8,6% na semana, em comparação com quedas de 17% para Bitcoin, 13% para Solana e 19% para Cardano. Stablecoins como Tether e USD Coin têm se mantido ainda melhor, refletindo um grau ainda alto de confiança em seu apoio em dólares, apesar dos repetidos fracassos de Tether em resolver as preocupações regulatórias sobre suas reservas.
4. Mercado de ações americanas
Os mercados de ações dos EUA devem abrir de forma mista mais tarde, de olho nos temores sobre o aperto do Fed continuar a borbulhar depois de um relatório do mercado de trabalho que foi mais forte do que parecia à primeira vista.
Às 08h54, os futuros da Nasdaq 100 recuavam 0,35%, enquanto os da S&P 500 e da Dow Jones avançavam 0,27% e 0,61%, respectivamente.
As ações que provavelmente estarão em foco mais tarde incluem Kohls, onde o investidor ativista Engine pediu uma venda do negócio ou uma cisão de suas operações de comércio eletrônico.
Também em foco estará o estoque da Nvidia (NASDAQ:NVDA), à medida que a oposição regulamentar à sua oferta pelo designer de chips ARM atinge o que parece ser níveis críticos.
As ações da Softbank (T:9984)(OTC:SFTBY) caíram mais de 8% em Tóquio, para uma baixa de 16 meses, já que a perspectiva de um bom dinheiro recuou.
O mercado também estará de olho nas notícias sobre a disseminação da variante Ômicron do Covid-19 nos EUA, que são "um pouco encorajadoras", de acordo com o conselheiro médico-chefe do presidente Joe Biden, Anthony Fauci.
Fauci disse à CNN em uma entrevista de fim de semana que "não parece haver um grande grau de gravidade nisso", acrescentando que as vacinas existentes parecem oferecer um alto grau de proteção contra isso.
5. O petróleo sobe após a limpeza da semana passada
Os preços do petróleo subiram depois que a Arábia Saudita elevou seus preços oficiais de venda para clientes na Ásia e nos EUA em janeiro.
O movimento foi interpretado como um sinal de confiança na demanda subjacente de petróleo, apesar da incerteza persistente sobre o impacto da última onda de infecções por Covid-19 e uma desaceleração induzida por imóveis na China.
Às 08h58, os futuros de petróleo dos EUA disparavam 3,41%, a US$ 68,52, enquanto os de Brent subiam 3,28%, a US$ 72,17.