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França e Irlanda ameaçam boicotar acordo Mercosul-UE por Amazônia; Merkel apoia Macron

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A repercussão das declarações do presidente Jair Bolsonaro sobre o desmatamento e os incêndios na Amazônia e a política ambiental brasileira provocaram mais reações na Europa e ameaçam os acordos comerciais com a região.

Depois de o presidente francês Emmanuel Macron pedir para que o assunto seja discutido na reunião do Grupo dos 7 países mais ricos do mundo neste fim de semana em Biarritz, na França, o primeiro-ministro da Irlanda, Leo Varadkar, ameaçou vetar o acordo fechado entre o Mercosul e a União Europeia se o Brasil “não respeitar os compromissos ambientais”.

Também Macron afirmou que Bolsonaro mentiu sobre sua política ambiental durante o encontro do G20. Já a chanceler alemã Angela Merkel deu apoio a Macron e, por meio de seu porta-voz, afirmou que os incêndios na Amazônia constituem uma situação urgente que deve ser discutida no encontro do G7.

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Já o presidente Bolsonaro reagiu acusando o presidente francês de adotar uma atitude colonialista. Seu filho Eduardo Bolsonaro, cotado para ser embaixador do Brasil nos EUA, compartilhou um vídeo que chama Macron de idiota.

O confronto entre Brasil e União Europeia repercute em toda a Europa. As queimadas na Amazônia são destaque principal em todos os jornais e rádios e tevês francesas, segundo reportagem da Rádio França Internacional. O jornal Le Figaro fala de uma “batalha política internacional” criada pelos incêndios.

Já o Liberation diz que Bolsonaro “joga lenha na fogueira da Amazônia”, e que já tinha perdido a noção ao insinuar que as ONGs eram responsáveis pelos incêndios. Segundo o jornal, há duas coisas que o presidente brasileiro não consegue controlar, sua “verborragia” e os incêndios catastróficos na floresta.

Para Felipe Berenguer, analista político da Levante Ideias de Investimento, toda a situação da floresta amazônica tem um conflito ideológico por trás, mas começa a respingar para a economia. O setor de agronegócios brasileiro está dividido em relação à retórica ambiental do governo e teme por prejuízos no setor. Especialistas indicam que a nova crise pode dificultar a entrada do Brasil na OCDE ou à ratificação do acordo comercial entre Mercosul e UE. 

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