No dia 20 de julho, o Grupo Pão de Açúcar (GPA)(PCAR3) informou que seu conselho de administração recusou a segunda oferta feita por Jaime Gilinski, em 18 de julho, para adquirir uma participação de 51,0% no Éxito por US$ 586 milhões.
A decisão do colegiado foi unânime, com base no fato de que o valor proposto não atendia aos parâmetros financeiros adequados e, portanto, não era do melhor interesse da varejista e de seus acionistas.
De acordo com o Bradesco BBI, a lista inicial era semelhante aos motivos apresentados para a recusa da primeira oferta feita em 28 de junho passado.
Desta vez, o grupo listou oito requisitos mínimos necessários para que o conselho de administração considere futuras ofertas, uma vez que o processo de cisão permanece em andamento:
- – i) pagamento de prêmio de controle;
- – ii) acordo que inclua não solicitação de quaisquer obrigações de indenização a acionistas do Éxito não exigidas legalmente;
- – iii) taxa de desmembramento, que vai ser depositada em uma conta de custódia;
- – iv) comprovação de evidências para o financiamento da aquisição;
- – v) um cronograma claro e detalhado para a execução da transação;
- – vi) estudo prévio sobre o processo de análise antitruste;
- – vii) plano de negócios para o Éxito após a transação;
- – viii) compromisso de apoiar as decisões futuras do GPA em relação à sua participação remanescente no Éxito, inclusive possíveis mudanças nos termos atuais da cisão ou outras alternativas para monetizar a participação remanescente da varejista no Éxito.
De acordo com o fato relevante, o processo de cisão vai continuar a evoluir conforme previamente anunciado ao mercado. Dessa forma, a segregação do Éxito deve ser concluída nas próximas semanas.
Para os analistas Felipe Cassimiro e Flávia Meireles, havia inicialmente uma visão positiva sobre a segunda oferta de Jaime Gilinski.
O Bradesco BBI havia mencionado anteriormente que o grupo possui uma estrutura de capital desequilibrada e, embora a margem bruta esteja se
lentamente em recuperação, a empresa ainda tem um EBITDA de doze meses negativo.
No entanto, a listagem de exigências esclareceu sobre as negociações em andamento.
Dada a disputa histórica entre o Sr. Gilinski e a GEA pelo Grupo Nutresa durante 2021-2023, analistas veem alguns dos termos como requisitos mínimos razoáveis para uma fusão e aquisição (M&As) de US$ 600 milhões.
De modo geral, a segunda oferta mostra uma forte disposição desse investidor estratégico em adquirir o Grupo Éxito. Na opinião do Bradesco BBI, tornou-se provável que o processo de licitação continue nas próximas semanas até que o spin-off seja concluído.
Em suma, Cassimiro e Meireles mantêm a opinião de que a segregação das operações do GPA Brasil e do Grupo Éxito poderia gerar valor, uma vez que ambos os ativos combinados são negociados a 3,2x EV/EBITDA estimado para 2024, um desconto de 45,0% em relação às empresas brasileiras de varejo de alimentos cobertas pelo Bradesco BBI.