Grupo de Lima pede que militares venezuelanos apoiem Guaidó

Os países que integram o Grupo de Lima pediram nessa segunda-feira (4) que as Forças Armadas da Venezuela apoiem o líder da oposição, Juan Guaidó, como presidente interino para uma transição de governo pacífica no país.

“Pedimos às Forças Armadas da Venezuela que manifestem sua lealdade ao presidente interino. Também pedimos que não impeçam a entrada e o trânsito de ajuda humanitária aos venezuelanos”, diz a declaração assinada por 11 dos 14 países que formam o grupo – sendo 13 latino-americanos e o Canadá.

A declaração foi divulgada após uma reunião de emergência de ministros do Exterior do grupo, em Ottawa, para tratar da crise política no país sul-americano. Guaidó se autodeclarou presidente interino da Venezuela em 23 de janeiro, recebendo amplo apoio internacional. O opositor, no entanto, tem pouco controle sobre as instituições do Estado e o aparato governamental.

No documento, os ministros reiteraram seu reconhecimento e apoio a Guaidó e pediram o restabelecimento da democracia na Venezuela por meio de eleições. Os países condenaram também as violações de direitos humanos cometidas pelas forças de segurança.

O documento foi assinado pela Argentina, o Brasil, Canadá, Chile, a Colômbia, Costa Rica, Guatemala, Honduras, o Panamá, Paraguai e Peru. O México não participou da reunião.

No encontro, o grupo não abordou, no entanto, a possibilidade de uma intervenção militar na Venezuela, de acordo com declarações do ministro do Reino Unido para a Europa e a América, Alan Duncan, que também participou.

A reunião do Grupo de Lima ocorreu no mesmo dia em que diversos países europeus reconheceram Guaidó como presidente interino do país. O reconhecimento se deu após Maduro se recusar a convocar novas eleições.

O Grupo de Lima foi criado em 2017, por iniciativa do governo do Peru, para denunciar a ruptura da ordem democrática na Venezuela, na ocasião da criação da polêmica Assembleia Constituinte e de uma onda de violentas manifestações que causaram dezenas de mortes.

*Com informações da Deutsche Welle (agência pública da Alemanha)

Sair da versão mobile