Economia

Guedes fala em extensão do auxílio emergencial; assessoria retifica

Em nota divulgada pouco depois da fala do ministro, a assessoria de Guedes afirmou que a referência era ao Auxílio Brasil, programa que substituirá o Bolsa Família

- Marcelo Camargo/Agência Brasil
- Marcelo Camargo/Agência Brasil

Por Isabel Versiani e Lisandra Paraguassu, da Reuters – O ministro da Economia, Paulo Guedes, causou ruído nesta sexta-feira (1) ao mencionar que o auxílio emergencial seria estendido, informação corrigida em seguida por sua assessoria de imprensa.

Ao citar medidas que serão tomadas pelo governo até o fim deste ano, Guedes afirmou que "o ministro João Roma (Cidadania) vai estender o auxílio emergencial".

Em nota divulgada pouco depois, a assessoria de Guedes afirmou que a referência era ao Auxílio Brasil, programa que substituirá o Bolsa Família, segundo medida provisória editada em agosto.

O incidente ocorre em meio a dificuldades do Executivo em chegar a uma solução orçamentária que viabilize o reforço ao Bolsa Família, medida vista como peça importante na estratégia de reeleição do presidente Jair Bolsonaro. Nesse cenário, lideranças da Câmara e governo já discutem a eventual prorrogação do auxílio emergencial, previsto para expirar em outubro.

O governo já anunciou que quer elevar o número de beneficiados pelo Bolsa Família e também o valor do pagamento – de uma média de cerca de R$190 para cerca de R$300. Para tanto, conta com a aprovação pelo Congresso da taxação de dividendos, prevista na reforma do Imposto de Renda.

O governo também diz que precisa abrir espaço no teto de gastos e por isso quer alterar a regra de pagamento dos precatórios, despesa discricionária que tem tido crescimento expressivo.

Durante seu discurso, Guedes afirmou que o país terá que fazer uma escolha entre ajudar vulneráveis ou pagar os precatórios de forma imediata e reiterou que o governo precisa da ajuda do Congresso para viabilizar o reforço do Bolsa Família.

Guedes disse que o governo recebeu comandos conflitantes. De um lado, é obrigado a pagar os precatórios "instantaneamente" e, de outro, o Supremo Tribunal Federal (STF) determinou que o governo passe a pagar a partir do próximo ano a renda básica de cidadania.

"Se o próprio Supremo nos dá um comando para aumentar a base e o valor da renda básica, ou do auxílio emergencial, e nós estamos passando de 14 para 17 milhões (de beneficiados) e estamos passando (o valor do benefício) de R$ 180 para quase R$ 300… esse comando conflita com o comando de pagar os precatórios instantaneamente, então nós temos que escolher", disse Guedes.

O ministro afirmou que aguarda então uma orientação do STF, mas que conta também com a contribuição do Congresso.

"O Congresso aprovando a PEC dos Precatórios e aprovando a reforma do Imposto de Renda, nós temos garantido o Bolsa Família subindo mais de 60%, bem mais do que subiu a comida, o combustível, tudo isso", disse Guedes.

Sair da versão mobile