Guedes vê 260 votos pela reforma da Previdência e quer mudar pacto federativo; Onyx vai para a Antártida

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O fim de semana foi de articulações políticas em Brasília para tentar garantir a aprovação da reforma da Previdência. O presidente Jair Bolsonaro se reuniu com o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), que deverá assumir um papel de intermediário entre o Executivo e os partidos nas negociações pelo apoio à Nova Previdência. Ao mesmo tempo e que formava uma aliança com Maia, Bolsonaro mandou o ministro-chefe da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, oficialmente o articulador político do governo, para uma missão na Antártida, justamente na semana em que a reforça da Previdência deve começar a ser votada. O ministro Paulo Guedes deu entrevista traçando um cenário otimista para a aprovação da reforma, e defendeu novamente mudanças no pacto federativo.

Em entrevista à Agência Estado, o Ministro da Economia, Paulo Guedes,  afirmou, que segundo os cálculos do Ministro Onyx Lorenzoni, 160 deputados já se manifestaram a favor da Reforma da Previdência Social. Outros 100 disseram que apoiarão o governo nesta questão. Faltariam, portanto, 48 votos para aprovar o texto. Entretanto, segundo a LCA Consultores, ainda existe uma certa cautela quanto aos votos que o governo pode contar. A líder do governo no Congresso, Deputada Joice Hasselmann (PSL/SP) afirmou que não é possível garantir que faltam 48 votos, pois a base está sendo construída. O porta-voz da Presidência, Otávio do Rego Barros, disse não ter conhecimento sobre o mapeamento dos votos.

A reforma da Previdência recebeu o apoio do presidente Jair Bolsonaro, que no fim de semana participou de reuniões com políticos para aparar as arestas em torno da forma como o Executivo vai negociar com o Congresso. A ideia original, de desprezar as lideranças e ir direto aos parlamentares, foi aparentemente deixada de lado, assim como a rejeição do governo de trocar indicações por votos.

No sábado, ficou acertado entre os presidentes da República e da Câmara um maior envolvimento do presidente Bolsonaro no projeto de reforma. Rodrigo Maia encaminhará para Bolsonaro os pedidos de nomeação para o segundo escalão do governo. Bolsonaro também receberá líderes partidários, apontados por Maia, a partir desta semana. O presidente da Câmara afirmou estar otimista com as possibilidades de vitória da PEC da Reforma da Previdência Social com a participação direta do presidente.

PEC do Pacto Federativo

Em sua entrevista à Agência Estado, Guedes afirmou também que a proposta de emenda constitucional (PEC) que muda o pacto federativo, ou seja, a forma como o orçamento é elaborado, não é mais um plano alternativo no caso de fracasso da Reforma da Previdência Social. Segundo o ministro da Economia, ela será encaminhada ao Senado se o presidente Bolsonaro e o Ministro Onyx Lorenzoni concordarem.

Paulo Guedes defende a total desvinculação das despesas do orçamento, que passariam a ser definidas pelo Congresso. Ele também estende essa medida para os orçamentos dos estados e municípios.

Haverá também ajuda aos Estados em dificuldades financeiras. Segundo Guedes, a União anteciparia uma parte dos ganhos provenientes de programas de ajustes nos Estados, que seriam implementados pelos governadores.

Onyx na Antártida

O ministro-chefe da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, teoricamente responsável pela articulação política do governo no Congresso, viajou esta semana para a Antártida, onde visitará as instalações do Programa Antártico Brasileiro. Ele viajou com o ministro do Meio-Ambiente, Ricardo Salles e volta na quarta-feira. A viagem ao Continente gelado ocorre justamente na semana em que serão formadas as comissões que vão analisar a reforma da Previdência, o que levanta suspeitas de que Onyx está sendo colocado de lado pelo presidente Bolsonaro, depois das críticas de vários partidos ao chefe da Casa Civil. A aproximação de Bolsonaro com Rodrigo Maia é outro sinal de esvaziamento de Onyx.

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