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Haddad: governo brasileiro deve lançar instrumento de proteção cambial ainda em 2023

Medida pretende facilitar investimentos estrangeiros no país

- Reuters
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O governo brasileiro estaria se preparando para lançar, ainda em 2023, um instrumento para facilitar investimentos estrangeiros no país, promovendo blindagem contra variações cambiais. As informações são da Reuters, agência para qual Fernando Haddad, ministro da Fazenda, cedeu entrevista na última quarta-feira (18). 

Durante a conversa, Haddad colocou que a medida para criar o novo mecanismo de “hedge” deve ser validada nos próximos 60 dias, em decisão do Conselho Monetário Nacional ou do próprio Banco Central (BC), excluindo a possibilidade de avaliação pelo Congresso.

“Não apenas somos credores líquidos em moeda forte”, disse, em referência ao volume de reservas internacionais do país, hoje em 340 bilhões de dólares. “Somos capazes, com os instrumentos que vão ser criados e anunciados, de blindar nossa economia em relação à variação cambial brusca.”

No momento, os investidores estrangeiros com projetos de longo prazo no Brasil enquanto possuem exposição a moedas estrangeiras devem pagar impostos sobre a valorização cambial ao longo da duração do projeto – com o novo instrumento, o custo passaria a ser avaliado com o mecanismo de hedge.

“Estou confiante que o desenho vai ficar pronto, senão não estaria dizendo, acredito que será este ano”, disse o ministro, que também acrescentou que a medida tem como principal foco a atração de investimentos verdes.

Segundo a Reuters, uma fonte familiarizada com a discussão do tópico afirmou que o objetivo do instrumento é corrigir uma falha de mercado. Atualmente, não existe opção de proteção para projetos de longo prazo, o que, de acordo com ela, compromete a viabilidade de empreendimentos.

O governo federal vem apresentando uma série de iniciativas em busca de investimentos verdes no país, o que também vem sendo levantado em fóruns internacionais. Haddad avalia que o Brasil tem poucos concorrentes capazes de atrair recursos para investimentos e que tenham uma matriz energética limpa.

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