O Ibovespa, principal índice acionário da B3, a bolsa brasileira, operava, na tarde desta quinta-feira (16), com queda de 0,04%, aos 116.362,34 pontos, às 15h22. Após a divulgação do IBC-Br e do IGP-10 apontando para resultados positivos da economia, tudo indicava que o cenário interno era favorável para a alta da bolsa hoje. Entretanto, em determinado momento, o índice apresentou forte queda e passou a operar no vermelho.
Já no panorama global, os mercados pelo mundo não se animaram com os acordos entre EUA e China, assinados na tarde de ontem (15).
Dólar
Na direção oposta, o dólar comercial operava com valorização de 0,20%, cotado a R$ 4,194, no mesmo horário. A moeda americana fechou ontem com o maior valor em 40 dias, em R$ 4,188.
Veja os principais fatores que podem influenciar os marcadores na sessão de hoje:
Mercados internacionais
As bolsas asiáticas fecharam de forma mista, com avanços na Coréia do Sul e Hong Kong, queda em Xangai e a bolsa japonesa estava próxima da estabilidade. As bolsas europeias operavam da mesma maneira, com perdas nas bolsas da Alemanha e Reino Unido e ganhos na França e Itália.
Os futuros de Nova York apontavam para uma abertura em alta, na expectativa da divulgação dos balanços dos bancos Morgan Stanley e o Bank of New York Mellon.
Fase 1 dos acordos
Na tarde de ontem (15), EUA e China se reuniram para a assinatura da chamada “fase 1” dos acordos que colocariam fim na guerra comercial entre os dois países. Essa primeira fase diz que os Estados unidos se comprometeram em reduzir as tarifas sobre produtos chineses e o país asiático passará a comprar mais produtos e serviços americanos.
Apesar do otimismo, a expectativa é de que uma nova rodada de negociações só ocorra após as eleições dos EUA, ou seja, em novembro.
O efeito do acordo no Brasil
Como mostrou o jornal O Globo, um levantamento de Oxford, a primeira fase do acordo comercial entre EUA e China pode afetar em até R$ 10 bilhões, aproximadamente 5%, as exportações brasileiras. Partes do tratado sobre importações afirmam que o país asiático deverá comprar produtos agrícolas americanos, como soja, milho, carnes bovina, suína e de aves, entre outros.
Indicação para OCDE
Os Estados Unidos enviaram uma carta para a Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) para apoiar a entrada do Brasil no grupo. No ano passado, os EUA indicaram a Argentina para integrar a organização, mas, segundo analistas, com a saída do liberal Maurício Macri, os americanos decidiram priorizar a entrada brasileira. A expectativa é de que isso aconteça até o final do mandato do atual presidente, Jair Bolsonaro.
IBC-Br
O Índice de Atividade do Banco Central (IBC-Br), considerado uma prévia do PIB, teve alta de 0,18% em novembro com relação ao mês anterior. Em comparação a novembro de 2018, o índice teve alta de 1,10%, acima do esperado de 0,90%, o que afasta o pessimismo de uma aceleração econômica mais fraca.
IGP-10
O Índice Geral de Preços-10 (IGP-10), medido pela Fundação Getúlio Vargas (FGV), teve alta de 1,07%, desacelerando ante a taxa de 1,69% no mês anterior. A queda do indicador se deve a uma baixa nos preços do atacado.
Destaques
Mafrig
As ações da Mafrig valorizavam-se 4,7%, engatando a quarta sessão consecutiva de alta e ampliando os ganhos em 2020 para mais de 25%, em meio ao cenário favorável para a companhia.
Via Varejo
As ações da Via Varejo subiam 2,3%, em nova sessão de alta, com a melhora do setor de consumo mostra, nos dados do IBC-Br.
Usiminas
Os papéis da Usiminas avançavam 3,8%, tendo de pano de fundo o relatório do Credit Suisse, elevando preço-alvo das ações para R$ 11,50.