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Ibovespa volta aos 104 mil pontos e dólar cai com melhora da guerra comercial e corte dos juros do BCE

O Índice Bovespa terminou o dia em alta, de 0,89%, aos 104.370 pontos, no sétimo pregão seguido de alta. Com isso, o indicador das principais ações brasileiras acumula 1,39% na semana, +3,20% no mês, +18,76% no ano e +38,93% em 12 meses. O índice brasileiro foi conduzido por notícias externas consideradas favoráveis, encerrando em sua maior pontuação desde 18 de julho de 2019, que foi de 104.716 pontos, destaca o BB Investimentos. No dia, ênfase para a alta do preço do minério de ferro na China, que impulsionou a Vale. A mineradora foi destaque na alta do índice com suas ações em alta de 3,63%.

Entre as notícias externas positivas, se sobressaíram: o adiamento do aumento de tarifas importações pelos Estados Unidos de produtos chineses, que trouxe alívio aos mercados, mesmo subsistindo ainda a percepção de tão somente um parcial acordo entre os países; e para o Banco Central Europeu (BCE), que adotou medidas de estímulos que foram consideradas propícias pelos agentes.

O BCE reduziu a taxa de juros dos depósitos dos bancos de -0,40% para -0,50%. E vai retomar seu programa de compra de ativos ao ritmo mensal de 20 bilhões de euros e manter a rolagem dos vencimentos dos títulos do programa. As taxas de médio prazo (open market) e de curtíssimo prazo (overnight) foram mantidas em 0,00% e 0,25%, respectivamente. E o prazo de permanência das taxas nesses níveis será até que a meta de inflação de 2% ao ano tenha sido atingida com consistência. Antes, o BCE dizia em manter os juros baixos até o meio do ano que vem, indicando maior preocupação com a fraqueza da atividade econômica.

Em outra medida, o BCE definiu incentivos para os bancos menores, melhorando a rentabilidade dos recursos que eles tiverem de depositar no banco central para não afetar demais seus lucros.

BCE pede ajuda para governos para estimular a economia

Segundo o Banco Fator, o BCE reforçou seu apelo por políticas fiscais expansionistas, ou seja, mais gastos dos governos da zona do euro. Reitera que a política fiscal hoje levemente expansionista tem dado algum apoio à atividade econômica. E que governos com espaço fiscal devem agir de modo “efetivo e tempestivo”. Para os países em que a dívida pública é alta, os governos precisam perseguir políticas prudentes que criem as condições para os estabilizadores automáticos funcionem livremente, alerta do BCE.

O efeito das medidas do BCE nos mercados foi de alta na maior parte dos índices das bolsas da Europa e dos Estados Unidos. Contribuiu também para o bom humor o sinal dos Estados Unidos em direção a um acordo comercial com a China, diz o Banco Fator. A Turquia também ajudou reduzindo sua taxa de juros.

Com isso, as bolsas na Europa fecharam em alta, com o Índice Stoxx 600 subindo 0,20%, um número que reflete a cautela dos investidores com a fraqueza da economia. Nos Estados Unidos, o Índice Dow Jones subiu 0,17%, o Standard & Poor’s 500, 0,29% e o Nasdaq, 0,30%.

Dólar cai mais

No Brasil, o dólar comercial fechou em baixa, sob impacto das notícias positivas vindas do mercado externo. A moeda fechou cotada R$ 4,0590 (-0,12%), variando -0,51% na semana, -2,00% no mês, +4,75% no ano e -2,22% em 12 meses.

Minério puxa siderurgia

Segundo a Guide Investimentos, a alta da cotação do minério de ferro na China ontem, em função de uma maior sinalização para um acordo entre EUA-China, impulsionou os ganhos das ações do setor de mineração e siderurgia do índice. Além de Vale, Gerdau PN subiu 2,87% e CSN ON, 2,21%.

Oi fecha em baixa

O setor de telecomunicações reagiu positivamente ao anuncio da aprovação do novo marco legal de telecomunicações no Senado ontem. O projeto de lei atualiza o modelo de concessão das empresas do setor, tornando a legislação mais favorável a novos investimentos, vê a Guide. Apesar disso, Oi ON fechou em queda de 3,3% e Telefônica ON, de 0,31%. TIM ON subiu 2,53%. A expectativa agora fica em torno de novos movimentos de fusão e aquisição para o setor, com uma possível venda da Oi para players estrangeiros ou até mesmo a retomada de conversas de uma fusão entre Tim e Oi, diz a Guide.

Serviços surpreendem para cima

Outro destaque do dia foi o índice de Serviços do IBGE, que subiu 0,8% em julho, o dobro do esperado pelo mercado. Depois de um desempenho ruim em junho, a última leitura do setor de serviços voltou a mostrar uma tendência de recuperação mais relevante, diz a Guide. De modo geral, os números de serviços de julho, em conjunto com os resultados mais fortes do varejo (PMC), apontou para uma melhora da economia, mesmo que ainda gradual, entrando no terceiro trimestre e ajudados pela liberação do FGTS. Os números da indústria ainda têm deixado muito a desejar e a Guide acredita que é justamente uma melhora deste segmento, junto a um avanço mais expressivo do mercado de trabalho, que guiará o setor de serviços a sustentar uma retomada mais acelerada nas próximas pesquisas.

Kroton lidera altas do Ibovespa

As maiores altas do Ibovespa foram de Kroton ON, 5,70%, Azul PN, 5,39%, Suzano ON, 5,27%, e Gol PN, 4,14%. As maiores quedas foram de BR Malls ON, 2,09%, Eletrobras ON, 1,97%, MRV ON, 1,89% a Intermédica ON, 1,73%.

IBC-Br será destaque amanhã

Para amanhã, a expectativa do mercado será com o Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br), que deve trazer novos indicadores de como anda a retomada da cambaleante economia brasileira. Atenção também para saúde do presidente Jair Bolsonaro, que terá de ficar mais tempo no hospital do que o esperado por uma recuperação mais lenta após a cirurgia de hérnia.

Nos EUA, saem as vendas no varejo e o Índice de Confiança do Consumidor da Universidade de Michigan. De madrugada, no Japão, a Produção Industrial.

 

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