IGP-10 surpreende e sobe 0,40% em fevereiro com alta do minério de ferro, do diesel e do feijão

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O Índice Geral de Preços–10 (IGP-10), calculado pela Fundação Getulio Vargas (FGV), subiu 0,40% em fevereiro, após queda de 0,26% em janeiro. O número ficou acima da mediana das projeções do mercado, que trabalhava com alta de 0,30%. A taxa acumulada em 2019 é de 0,14% e, em 12 meses, de 6,98%. Em fevereiro de 2018, o índice havia registrado elevação de 0,23% e acumulava queda de 0,42% em  12 meses. O IGP-10 tem como referência os preços coletados do dia 11 de um mês a 10 do mês de referência, e serve de indicador para o IGP-M (coleta de 20 a 20), que costuma corrigir contratos de aluguel, e do IGP-DI (coleta de 1 a 30).

A maior pressão sobre a inflação do IGP-10 veio dos preços no atacado, que representam 60% do indicador. O Índice de Preços ao Produtor Amplo (IPA) variou 0,40% em fevereiro, ante -0,59% em janeiro. Com isso, acumula agora -0,19% no ano e alta de 8,55% em 12 meses.

Os preços industriais passaram de queda de 0,48% em janeiro para alta de 0,43% em fevereiro. Já os preços agrícolas saíram de deflação de 0,92% para alta de 0,34%.

Pressão do minério de ferro, diesel e feijão

O IGP-10 de fevereiro veio acima do previsto pelo Departamento Econômico do Bradesco, que esperava também 0,30%.  A aceleração em relação a janeiro refletiu principalmente o avanço do IPA Industrial, com destaque para minério de ferro (alta 6,71%) e diesel (avanço de 8,97%).

O minério subiu após as paralisações de atividades de minas da Vale por conta de decisões judiciais após o acidente de Brumadinho. Já o diesel subiu acompanhando a cotação do petróleo. O núcleo (que exclui indústria extrativa, combustíveis e produtos alimentares) permaneceu em patamar confortável, sem indicar pressão sobre os preços ao produtor, destacam os economistas do banco.

Já o IPA Agrícola foi o que mais surpreendeu, e passou de -0,92% para 0,34%, sendo destaque os expressivo avanço dos preços do feijão.

Para as próximas divulgações, o Bradesco esperamos continuidade da aceleração do indicador, tanto pela sazonalidade dos itens agropecuários, quanto pelo comportamento de minério de ferro, que ainda deve trazer efeitos da recente pressão altista sobre seu preço nas próximas divulgações.

Bens finais sobem com minério de ferro

Entre os componentes do IPA, houve pressão dos Bens Finais, que subiram em média 0,49% em fevereiro, após alta de 0,57% em janeiro. A principal contribuição para este resultado partiu do subgrupo alimentos processados, cuja taxa passou de 0,46% para -0,81%.  Já nos Bens Intermediários, o índice passou de -1,55% em janeiro para -0,14% em fevereiro. A principal contribuição para a taxa menos negativa partiu do subgrupo combustíveis e lubrificantes para a produção, cuja taxa passou de -8,81% para 3,17%.

Já o grupo Matérias-Primas Brutas subiu 0,98% em fevereiro, após queda de 0,78% em
janeiro. A pressão de alta veio do minério de ferro (1,51% para 6,71%), leite in natura (-6,85% para 2,18%) e cana-de-açúcar (-0,46% para 1,81%). Em sentido descendente, os movimentos mais relevantes ocorreram nos itens soja (em grão) (-3,22% para -4,59%), bovinos (1,41% para -0,87%) e algodão (em caroço) (2,84% para -1,26%).

Preços ao consumidor sobem 0,38%

O Índice de Preços ao Consumidor (IPC) variou 0,38% em fevereiro. Em janeiro, o índice havia
subido de 0,45%. Com isso, o IPC acumula 0,69% no ano e 4,12% em 12 meses.

Quatro das oito classes de despesa componentes do índice registraram recuos em suas taxas de variação, com destaque para o grupo Alimentação, cuja taxa passou de 0,91% para 0,66%. Nesta classe de despesa, vale citar o comportamento do item hortaliças e legumes, que registrou taxa de -0,48% em fevereiro, após alta 6,36% em janeiro.

Também apresentaram decréscimo em suas taxas de variação os grupos Educação, Leitura e
Recreação (1,37% para 0,92%), Saúde e Cuidados Pessoais (0,52% para 0,31%) e Vestuário
(0,06% para -0,63%). As contribuições para estes movimentos partiram dos seguintes itens: show
musical (-1,66% para -10,41%), artigos de higiene e cuidado pessoal (1,08% para -0,35%) e roupas
(0,31% para -0,83%).

Em contrapartida, os grupos Habitação (0,27% para 0,43%), Transportes (-0,22% para -0,01%),
Comunicação (0,05% para 0,40%) e Despesas Diversas (0,16% para 0,30%) apresentaram
acréscimo em suas taxas de variação. Nestas classes de despesa, as maiores contribuições
partiram dos itens tarifa de eletricidade residencial (-0,83% para 0,73%), tarifa de ônibus urbano
(0,98% para 2,22%), pacotes de telefonia fixa e internet (0,25% para 1,75%) e cartório (1,07% para
2,59%).

Construção civil tem inflação de 0,41%

O Índice Nacional de Custo da Construção (INCC) subiu 0,41% em fevereiro, após elevação de
0,29% em janeiro. As contribuições para a elevação do INCC partiram dos grupos: Materiais e
Equipamentos cuja taxa passou de 0,31% para 0,42% e Serviços, para o qual se registrou elevação
de 1,35%, ante 0,41% no mês anterior. O índice que representa o custo da Mão de Obra variou
0,23% em fevereiro, ante 0,25% em janeiro.

O INCC é usado na correção das prestações dos contratos de financiamento de imóveis comprados na planta.

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