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Iguatemi tem queda de 9%; investimentos no ano devem cair em 40%

Por Gabriel Codas

Investing.com – Na parte da manhã desta sexta-feira as ações da administradora de shopping centers Iguatemi operam com forte queda, em dia negativo na bolsa pelo cenário político local. A companhia informou que deve cortar em 40% os investimentos em 2020 para compensar perdas de receita com isenções de aluguel e descontos em condomínio para lojistas afetados pelo coronavírus.

Desta forma, por volta das 14h40, os papéis (SA:IGTA3) cediam 9,16% a R$ 32,51.

“Temos trabalhado intensamente para reduzir condomínio e outras despesas para conceder esses descontos (a lojistas) e aliviar o caixa em abril e maio”, afirmou a diretora financeira e de relações com investidores da companhia, Cristina Betts, em teleconferência com analistas e investidores.

O Iguatemi está isentando lojistas, que estiveram de portas fechadas em abril, do pagamento de aluguel, após decidir que o de março seria cobrado proporcionalmente em cinco vezes a partir de outubro, disse Betts, citando ainda um desconto de 25% a 50% sobre as parcelas, dependendo da adimplência de cada lojista.

A empresa também cortará valor do condomínio de abril em até 50%, enquanto o chamado fundo promocional – para campanhas publicitárias de cada empreendimento – será reduzido em 60% a 100% dependendo do shopping, acrescentou a executiva.

Segundo Betts, as reformas de shopping centers serão adiadas tanto quanto possível, entre outras iniciativas para diminuir custos, para economizar 100 milhões de reais neste ano.

O Iguatemi tem um portfólio composto por 15 shoppings, dois outlets, três torres comerciais e um centro de energia.

Betts observou que a posição de caixa e alavancagem da companhia estão em níveis confortáveis para superar a crise, acrescentando que covenants financeiros ainda não são uma preocupação e as paralisações já começam a ser gradualmente suspensas nas próximas semanas.

O Iguatemi planeja reabrir esta semana seu outlet em Santa Catarina, um dos primeiros Estados a relaxar as medidas de distanciamento social no Brasil, com horário de funcionamento reduzido, disse ela.

No Estado de São Paulo, onde está boa parte dos shoppings do grupo, as medidas de quarentena só devem começar a ser flexibilizadas gradualmente a partir de 11 de maio.

“Provavelmente operaremos com horário de funcionamento reduzido por uns dois meses após a reabertura, mas é difícil falar em datas por enquanto porque tudo vai depender de como evolui o coronavírus na região”, disse Betts.

Segundo dados da Associação Brasileira de Shopping Centers (Abrasce), todos os 577 empreendimentos no Brasil foram fechados devido à pandemia, mas 47 já reabriram as portas.

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